Pesquisa desenvolvida na Unicentro é terceira colocada em premiação nacional

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Pesquisa desenvolvida na Unicentro é terceira colocada em premiação nacionalPublicado 23 de dezembro de 2016 | Por ariane

Tonalidade verde obtida a partir de resíduos de alumínio. Pesquisa recebeu o Prêmio Abrafati (Foto: Márcio Nei)

A Química usada em favor do meio ambiente. Essa é a tônica do Prêmio Abrafati Ciência em Tinta que, neste ano, chegou a sua 17ª edição. Pela segunda vez, a Unicentro se destacou com a apresentação do trabalho “Resíduos metálicos (Alumínio e Ferro) transformados em pigmentos inorgânicos sintéticos: uma ação sustentável”. A pesquisa, que garantiu o terceiro lugar na premiação, é desenvolvida por duas acadêmicas do terceiro ano da graduação em Química, Ketlyn Wolfart e Dienifer Lopes, e orientada pelo professor Fauze Anaissi. “Esse trabalho envolve dois temas que são desenvolvidos em paralelo. Um deles envolve o resíduo de alumínio. Então, nós estamos usando latinhas de alumínio e materiais recicláveis. O outro envolve ferro, especificamente lâmina de barbear, que além de ser um rejeito, um descarte, é perigoso do ponto de vista de ser um material cortante”, explicou o professor.
Quem escolheu as lâminas de barbear como material a ser recuperado foi a acadêmica Ketlyn Wolfart, que tem se dedicado ao trabalho nos últimos dois anos. Para ela, ver que já é possível colher frutos positivos é motivo de satisfação. “Quando o professor trouxe essa ideia de utilizar rejeitos por causa do meio ambiente foi muito interessante porque nós não íamos gastar com os sais de ferro, ou seja íamos retirar uma despesa e um rejeito do meio ambiente. Então, nós utilizamos as lâminas de barbear para recuperar o ferro e transformamos esse ferro em pigmentos para as tintas industriais. O Prêmio veio pra alavancar a pesquisa porque isso faz com que a gente tenha mais ânimo para vir para o laboratório continuar a pesquisa”, contou.
Já Dienifer Lopes escolheu o alumínio como principal produto a ser transformado. Com isso, latinhas, lacres e diversos outros materiais que seriam descartados no meio ambiente, passaram a ser reutilizados. No final, eles também viram pigmentos que podem ser usados para dar cor às tintas industriais. “Qualquer material que tenha alumínio metálico pode ser utilizado nessa síntese. E essa é uma característica bem interessante do alumínio, que ele é infinitamente reciclável. Então, após anos de vida útil, quando ele já está desgastado e você pode recuperar o alumínio e ele recupera quase 100%”, disse Dienifer.
O Prêmio Abrafati, da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas, dá a acadêmicos e pesquisadores, uma oportunidade de inscreverem trabalhos de pesquisa ligados a diversos temas desde que levem em conta a sustentabilidade. Este ano, de acordo com o professor Fauze, na divulgação preliminar havia muitos trabalhos inscritos em comparação às edições anteriores. No resultado final, pela primeira vez, os três primeiros lugares foram para instituições de ensino superior. “O Prêmio entra na rota de outros grupos de pesquisa, a competição tende a aumentar e com isso a responsabilidade de quem ganha e de quem participa se torna maior. Então, é um incentivo para nós e ao mesmo tempo é um direcionamento. É uma linha que tem ganho destaque não só pelo Prêmio, mas pelos resultados. A gente se inspira no Prêmio para desenvolver os projetos de pigmentos e novas cores. Poder participar do evento, para nós, passa a ser quase que um objetivo dentro dos novos projetos”.
Além do troféu e de um diploma, os vencedores também recebem um valor em dinheiro. Mas o grande prêmio, garantem todos os envolvidos, é o reconhecimento a tanta dedicação. “É muito gratificante porque eu sou aluna de graduação, estou fazendo esse trabalho de Iniciação Científica, e foi um trabalho que eu investi meu tempo, que eu me dediquei, que eu gosto de fazer justamente por esse lado socioeconômico dele e ambiental também. É esse olhar visando a sustentabilidade – não só procurando produzir um material novo, mas gerar um material não agressivo ao meio ambiente – que eu acho muito importante, principalmente nos dias de hoje. Não é simplesmente vir para o laboratório e fazer coisas sem aplicação ou só fazer mistura. Está sendo feito uma coisa relevante para a sociedade”, destacou Dienifer.
Apesar dos avanços conquistados e do reconhecimento, ainda há muito trabalho pela frente. A partir de agora, os esforços serão para finalizar todas as pesquisas e iniciar o processo de patenteamento da produção. A intenção é garantir duas patentes. “Desenvolver o projeto tem como propósito sempre a propriedade intelectual quando é pertinente e a disseminação científica, no caso, a produção de artigos. Então, as meninas já estão trabalhando nesses materiais e em paralelo, atualizando documentação para possíveis patentes”, disse o professor Fauze.

Postado em noticiasFonte: Unicentro

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