Para quem os brasileiros que vivem na Europa vão torcer na Eurocopa?

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Para quem os brasileiros que vivem na Europa vão torcer na Eurocopa?

Por

Daniella Franco

mediaTorcedores brasileiros na França.
JACQUES DEMARTHON / AFP

A Eurocopa começa nesta sexta-feira (10) a expectativa é grande para este que é o evento esportivo mais importante deste ano no Velho Continente. Muitos brasileiros que vivem na Europa também entram no clima, assistem aos jogos e até torcem para uma equipe preferida. A RFI conversou com brasileiros em alguns países europeus para saber quem eles apoiarão no Euro 2016.

Na França, país que sedia a Eurocopa, a população está confiantes de que pode levar o título. Mas muitos nem imaginam que a torcida francesa não é feita apenas de conterrâneos e que ela conta até mesmo com torcedores de antigos adversários.

É o caso do hidrogeólogo Tales Resende, que mora na França há dez anos, e nesta Eurocopa vai torcer pelos “bleus”, como são conhecidos os jogadores da seleção nacional francesa. Mas a França vai ter que dividir espaço com outra equipe preferida por Resende: Portugal. “Gosto da equipe portuguesa devido aos laços históricos que o país tem com o Brasil. Ver os portugueses jogando me faz pensar na Seleção Brasileira”, explica.

Nem a frequente lembrança da vitória de 3 a 0 dos franceses sobre o Brasil, na final da Copa do Mundo de 1998 e do 1 a 0 nas quartas de final na Copa do Mundo de 2006, desanimam o urbanista René Schmidt, que mora na França. “Geralmente eu torço contra a França, mas esse ano vou torcer a favor”, diz. Para ele, a atual seleção francesa é mais “simpática” do que a impopular formação que chegou a fazer greve no Mundial de 2010, na África do Sul. “Esse é um time com jogadores jovens, como o Pogba, o Griezman, entre outros. Espero que dê tudo certo para eles!”, aposta.

Grande fã do Paris Saint-Germain e do atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, o urbanista também pensa em apoiar a equipe da Suécia na Eurocopa. “No Brasil, eu torço para o Atlético Mineiro, mas aqui na França meu time é o PSG. Espero que Ibrahimovic leve a equipe sueca o mais longe possível na competição”, diz.

Apoiar o time do país onde mora

Torcer pela equipe do país onde vive também é um critério importante para o trader de algodão Eduardo Dragonetti, que mora na Turquia. A RFI, ele contou que os turcos são fanáticos por futebol e que simpatizam com quem compartilha da mesma paixão. “Além disso, pretendo torcer pela Turquia para viver e me envolver ainda mais na cultura do país. Morar no exterior não é fácil, então quanto mais pudermos participar, melhor nos integraremos”, diz.

Ele ressalta que os turcos também gostam muito do futebol brasileiro e têm um forte apreço pelo Brasil devido à grande quantidade de jogadores do país que atuam em clubes turcos. “Quando você fala que é brasileiro aqui, os turcos lembram imediatamente de Alex de Souza, que jogou durante oito anos no Fenerbahçe, e que ganhou até uma estátua de homenagem no clube.”

Dragonetti, que tem dupla nacionalidade, brasileira e italiana, diz que também é fã da Azurra e, caso a Turquia não vá muito longe na Eurocopa, deve torcer para o time de Antonio Conte. Esse também é o caso da ítalo-brasileira Roberta Weber, que mora em Londres, mas que tem a Itália no coração. “Estou meio dividida entre torcer para a Inglaterra, que é onde vivo atualmente, ou torcer para a Itália, que é a minha segunda cidadania.Gostaria que a Inglaterra avançasse mas o time italiano é meu favorito”, conta.

Weber, que é apaixonada por futebol e joga em uma equipe londrina, planeja assistir os jogos da Eurocopa em pubs ou em casa, com amigos. Mas a emoção de torcer para o time verde-amarelo é incomparável, confessa: “é difícil ser brasileiro e torcer para outro país, mas como estou na Europa há 6 anos, já me acostumei. Obviamente a emoção é diferente devido ao amor que sinto pelo time brasileiro de futebol”.

Na Espanha, dois torcedores brasileiros com visões opostas

A geógrafa hispano-brasileira Valéria Ferrer Barberini, que mora em Barcelona há oito anos, também segue a tendência dos brasileiros que torcem para o país onde vivem. “Seria até um pouco esquisito se eu não apoiasse a equipe da Espanha”, avalia. Ela espera que a equipe de Vicente Del Bosque tenha um melhor desempenho que o time espanhol da Copa do Mundo de 2014, eliminado logo na primeira fase. “Eles estavam tão empolgados com a vitória na Copa de 2010, e saíram da competição tão rapidamente que me deu até pena”, lamenta.

Já o publicitário brasileiro Camilo Conte, que mora em Madrid, não tem um time preferido, mas sabe para quem não vai torcer: a própria Espanha. “Eles são muito enfáticos ao se autoclassificarem como o melhor futebol do mundo, nunca admitem que existe uma equipe melhor que a deles. Se a Espanha perde é sempre porque jogou mal, nunca porque o outro time jogou bem. Dificilmente eles fazem elogios à competência alheia, sem falar no estrelismo dos jogadores… Até os próprios jornalistas esportivos espanhóis são bairristas! Ou seja, eles são um pouco como os brasileiros”, brinca.

Conte diz gostar do futebol inglês, ter um pouco de carinho pela Itália porque é descendente, mas está decepcionado com o atual desempenho dos italianos. O publicitário pretende decidir para quem vai torcer apenas durante o torneio. “Posso começar torcendo pela Inglaterra e terminar torcendo pela Turquia. Na Eurocopa de 2004, eu torci pela Grécia, uma equipe em quem ninguém apostava e que surpreendeu todo mundo. Ou seja, não tenho uma preferência, ela vai surgir ao longo do campeonato. Neste momento, meu coração está aberto”, conclui.

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Fonte: Rádio França Internacional

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