Ex-guarda de Auschwitz é condenado a cinco anos de prisão na Alemanha

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Ex-guarda de Auschwitz é condenado a cinco anos de prisão na Alemanha

Por

RFI

mediaReinhold Hanning
REUTERS/Bernd Thissen

Um ex-guarda de Auschwitz, Reinhold Hanning, de 94 anos, foi condenado nesta sexta-feira (17) pela Justiça alemã a cinco anos de prisão por "colaboração" na morte de 170 mil judeus, entre 1943 e 1944, quando era membro da tropa nazista SS.

Ele foi julgado pelo Tribunal Estadual de Detmold, no oeste do país. Segundo a corte, na época Hanning estava ciente "de que em Auschwitz inocentes eram diariamente assassinados nas câmaras de gás".

No processo iniciado em fevereiro último, a promotoria pública pedia seis anos de prisão, enquanto o advogado do réu, Johannes Salmen, pleiteava sua absolvição.

Durante as audiências, Hanning admitiu ter sido guarda de Auschwitz e ter sabido dos assassinatos, mas rechaçou qualquer participação neles.

Ainda assim, no final de abril, ele pediu publicamente desculpas às vítimas da SS, dizendo arrepender-se de ter sido parte de uma "organização criminosa" que matou tantos e causou tanto sofrimento.

Cerca de 1,1 milhão de pessoas mortas

Calcula-se que 1,1 milhão de pessoas foram mortas no campo de concentração atualmente situado na Polônia, entre as quais 1 milhão de judeus, a maioria na divisão de extermínio Auschwitz II-Birkenau.

A ação contra Hanning só foi possível graças ao estabelecimento de um precedente jurídico em 2011, quando o ucraniano John Demjanjuk se tornou o primeiro réu condenado na Alemanha apenas por servir como guarda num campo de concentração, mesmo sem provas de envolvimento concreto em atos criminosos. Sentenciado a cinco anos de prisão, ele morreu em março de 2012, aos 91 anos, sem cumprir a pena.

Até então, os tribunais seguiam uma determinação da Corte Federal de Justiça de 1969, segundo a qual a condenação de um ex-funcionário de campo de extermínio dependia da culpa individual do réu, ou seja, de seu envolvimento num crime específico – o que na maior parte das vezes era impossível de ser comprovado.

O veredito de Demjanjuk acabou com essa jurisprudência, ampliando sensivelmente o número de possíveis processos contra ex-funcionários de campos de extermínio nazistas. Ainda assim, o processo em Detmold deverá ser um dos últimos na Alemanha referentes aos crimes do regime nazista, entre 1933 e 1945.

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Fonte: Rádio França Internacional

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