29/11/2016
ONU preocupada com formação de novo governo no Iêmen
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Enviado especial do secretário-geral disse que decisão representa um novo obstáculo ao processo de paz e não serve aos interesses do povo iemenita; medida foi tomada pelo Congresso Geral do Povo e pelo grupo Ansar Allah.
Edifícios destruídos por bombardeamentos aéreos em Sanaa, capital do Iêmen. Foto: Ocha/Charlotte Cans
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O enviado especial do secretário-geral da ONU para o Iêmen, Ismail Cheikh Ahmed, disse que a formação de um novo governo em Sanaa, a capital do país, representa "um obstáculo preocupante ao processo de paz".
A decisão foi anunciada pelo Congresso Geral do Povo e pelo grupo Ansar Allah e segundo Cheikh Ahmed, ela "não serve aos interesses do povo iemenita".
Ações Unilaterais
O enviado da ONU afirmou que "tais ações unilaterais contradizem os compromissos feitos recentemente pelos dois lados às Nações Unidas e ao secretário de Estado americano, John Kerry.
Cheikh Ahmed disse que o Iêmen está numa situação crítica e que as decisões tomadas pelo Ansar Allah e pelo Congresso Geral do Povo vão apenas complicar a busca de uma solução pacífica.
Ele explicou que as partes envolvidas na crise devem colocar os interesses da nação acima das ambições partidárias e devem também, adotar imediatamente medidas para acabar com as divisões políticas e lidar com os desafios econômicos, humanitários e de segurança.
Cheikh Ahmed afirmou que "novos acordos políticos devem ter como base somente negociações apoiadas pela ONU e não por ações unilaterais".
Precipício
Segundo o representante do secretário-geral, "ainda há chance de tirar o Iêmen da beira do precipício". Cheikh Ahmed disse que o plano apresentado recentemente aos lados envolvidos no conflito oferece esta oportunidade.
Para ele, os representantes do grupo Ansar Allah e do Congresso Geral do Povo devem repensar a estratégia e demonstrar apoio total "ao processo de paz com ações concretas".
Segundo o enviado de Ban Ki-moon, as partes devem agir de forma construtiva para alcançar um acordo negociado que leve ao fim permanente das hostilidades militares e permita a retomada pacífica da transição política.
Mais uma vez, ele pediu a todos que respeitem os termos e as condições do acordo para o cessar das hostilidades, que inclui a suspensão os ataques aéreos militares e permite a entrada de ajuda humanitária na região.
Cheikh Ahmed afirmou que apenas "através de um acordo político negociado será possível pôr um fim "à devastação e à injustiça" trazidas pela guerra.
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Fonte: Rádio ONU