Deslocamento forçado atinge uma em cada 113 pessoas no mundo

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Acnur alerta que já são mais de 65 milhões de pessoas pedindo asilo, deslocadas internas ou refugiadas; relatório Tendências Globais afirmou que conflitos e perseguições causaram aumento do deslocamento forçado em 2015.

Duas meninas iemenitas em acampamento para deslocados internos. Foto: Acnur/Yahya Arhab

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O relatório Tendências Globais do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, alertou que o deslocamento forçado atinge uma em cada 113 pessoas no mundo.

Segundo a agência da ONU, conflitos e perseguições causaram um aumento do deslocamento forçado global em 2015 atingindo o recorde de 65,3 milhões de pessoas, quase 10% a mais do que o registrado em 2014.

Reino Unido, França e Itália

O Acnur informou que há pouco mais de 10 anos, no final de 2005, a agência registrou uma média de seis pessoas deslocadas a cada minuto, hoje esse número subiu para 24.

Comparado com a população mundial de 7,3 bilhões de pessoas, esse total representa mais do que as populações do Reino Unido, da França ou da Itália.

O relatório mostra que a alta nos deslocamentos forçados tem sido registrada desde os anos 90, mas foi mais acentuada nos últimos cinco anos. Os especialistas citam três razões básicas.

Conflitos

Em primeiro lugar, os conflitos estão durando mais tempo, por exemplo, na Somália já são mais de três décadas e no Afeganistão quatro décadas.

Novas ou antigas situações de conflito estão ocorrendo com mais frequência, nessa lista estão a Síria, Sudão do Sul, Iêmen, Burundi, Ucrânia e República Centro-Africana. E por fim, as soluções para crises de refugiados e deslocados não são alcançadas tão rapidamente desde o final da guerra fria.

Síria

O relatório "Tendências Globais" diz que três países são responsáveis por mais da metade dos refugiados mundiais: Síria, com 4,9 milhões; Afeganistão, com 2,7 milhões e Somália, com 1,1 milhão.

Já os países com mais deslocados internos são Colômbia, Síria e Iraque. No ano passado, O Iêmen foi a nação que mais registrou deslocados internos, 2,5 milhões, quase 10% de sua população.

As crianças representaram mais da metade dos refugiados mundiais, muitas foram separadas de suas famílias ou estão viajando sozinhas. Os países industrializados bateram recorde em solicitações de refúgio no ano passado. A Alemanha foi a que mais recebeu pedidos, 441 mil, seguida pelos Estados Unidos, Suécia e Rússia.

Regiões

O Acnur menciona também a situação do deslocamento forçado por regiões. No Oriente Médio e norte da África, o relatório afirma que a guerra na Síria continua sendo a principal causa, assim como o conflito no Iraque. Na sequência estão ainda o Iêmen e a Líbia.

Na África Subsaariana, os conflitos no Sudão do Sul, República Centro-Africana, Somália e os deslocamentos em massa na Nigéria, Burundi, República Democrática do Congo e Moçambique geraram 18,4 milhões de refugiados e deslocados internos em 2015.

A região da Ásia e do Pacífico abriga quase um em cada seis refugiados e deslocados internos. Nas Américas, cresce o número de pessoas que estão fugindo de gangues e outras formas de violência urbana na América Central.

A Europa está sendo afetada pela situação no Oriente Médio e também na Ucrânia. O continente recebeu mais de 1 milhão de refugiados e migrantes no ano passado.

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Fonte: Rádio ONU

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