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Ações apoiadas pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola estão beneficiando diretamente mais de 250 mil famílias na região semiárida do Nordeste brasileiro.
Kanayo Nwanze. Foto: Ifad
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O Brasil tem muito a ensinar ao mundo sobre a importância dos agricultores familiares, segundo o chefe do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Ifad. Kanayo Nwanze começa nesta terça-feira uma visita oficial ao país.
Segundo Nwanze, "o papel dos agricultores familiares na alimentação do mundo é inegável", destacando que, no Brasil, eles são responsáveis por até 70% da produção.
Brasil
Para o chefe do Ifad, "o mundo tem muito a aprender sobre a forma como o Brasil apoia os agricultores familiares, fornecendo-lhes as ferramentas de que precisam para serem bem-sucedidos".
No país, ele visitará duas cooperativas financiadas na Bahia e se reunirá com o governador do estado, Rui Costa.
Nwanze destacou que “há mais de 30 anos, o Ifad colabora com o Brasil para reduzir a pobreza, transformar as áreas rurais e aumentar sustentavelmente a produtividade dos pequenos agricultores, sempre protegendo o meio ambiente".
Chamando a parceria de "exemplar", ele ressaltou ainda o trabalho conjunto para "assegurar que as inovações tecnológicas desenvolvidas no país sejam compartilhadas por todo o continente e outras regiões".
Investimento
Com um carteira de investimento total de mais de US$ 450 milhões, as operações apoiadas pelo Ifad no Brasil são as maiores da agência na América Latina e Caribe. Aproximadamente US$ 300 milhões são contribuições das autoridades brasileiras e beneficiários.
Seis projetos com financiamento da agência da ONU atualmente implementados no Brasil estão beneficiando diretamente mais de 250 mil famílias na região semiárida do Nordeste.
Inovação
Segundo o Ifad, uma das principais características dos projetos apoiados no Brasil é a busca por inovações técnicas e práticas agrícolas que permitam aos agricultores familiares enfrentar os desafios apresentados pelo ambiente do semiárido do Nordeste.
Os exemplos incluem métodos de produção orgânica, coleta de água e tecnologias de conservação e metodologias de planejamento participativo para aproveitar as inovações e o conhecimento tradicional.
Sertão
Dois novos projetos em preparação vão expandir as operações financiadas pelo Ifad do sertão semiárido, onde atuou nos últimos 35 anos, à área de transição Amazônica no Maranhão e à mata atlântica e ao agreste de Pernambuco.
Com os dois projetos que devem entrar em operação até o fim de 2018, eleva-se acima de US$ 550 milhões o total de investimentos apoiados pelo Ifad no país, beneficiando mais de 300 mil famílias ou cerca de 1 milhão de pessoas.
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Fonte: Rádio ONU