A história de Zurique contada para turistas brasileiros

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A publicitária catarinenese Juliana Guimarães caiu de amores por Zurique e decidiu transformar sua admiração em trabalho. Após dois anos de Suíça, entrou em contato com a Organização de Guias Locais Free Walking Tour, se preparou e se tornou guia de turismo da cidade.

Juliana Guimarães (à esquerda), e a cliente Thayra Gomes, em passeio por Zurique. (Liliana Tinoco Baeckert)

Juliana Guimarães (à esquerda), e a cliente Thayra Gomes, em passeio por Zurique.

(Liliana Tinoco Baeckert)

De acordo com Juliana, sua missão é mostrar o local aos conterrâneos com um olhar especial de alguém que vive no lugar, mas que enxerga os diferentes ângulos culturais. “Eu quero que os brasileiros vejam o município além de um roteiro turístico, mas como um sistema vivo que veio se desenvolvendo há muitos séculos para chegar ao que é hoje”, explica.

A profissional oferece passeios turísticos de duas, três e cinco horas, que podem ser feitos em espanhol e em português. Além das três possibilidades, Juliana pode desenvolver roteiros exclusivos, de acordo com a preferência do turista. Por serem customizados, os circuitos começam onde o cliente decidir, a guia busca inclusive no hotel. Os tours podem incluir grupos de até cinco pessoas.

Opções

Entre as opções já montadas, Juliana oferece o Zurich Fast food, programa de duas horas para quem quer conhecer o básico e não tem muito tempo. Essa alternativa se concentra nas ruas mais importantes do centro histórico e dá uma ideia sobre a formação da cidade e da vida local. Existe também a alternativa do Zurique sem pressa, três horas de excursão com detalhes da história, curiosidades sobre a vida e informações práticas para facilitar a viagem pelo país, incluindo outros pontos. Já o Tudo sobre Zurique é uma opção de cinco horas e inclui zonas do centro histórico, lago, Ópera e zona oeste, ideal para quem quer conhecer a cidade com os olhos de um morador local.

O Centro histórico está presente em todos os passeios oferecidos e inclui parada nas igrejas Fraumünster e Grossmünster e St. Peter, em Lindenhof, Rio Limmat, Bahnhofstrasse, que é a rua das lojas; no Lago e na Ópera. Os outros passeios incluem mais detalhes desses locais e têm outras partes da cidade acrescentadas.

Diferente de um guia impresso

O programa leva a cantos escondidos, conta histórias que vão além de fatos e datas. De acordo com Juliana, ela tenta mostrar um lado vivo da cidade, muito mais real do que se encontra nos guias de turismo. Essa é, inclusive, a preferência do público que contrata os passeios.

Por experiência própria, a guia diz que o brasileiro se impressiona muito com o modo de vida do país, refletido na limpeza, na ordem e no silencio. A paisagem, embora muito bonita, fica secundária diante de tanto interesse na cultura. “O público quer saber como se vive aqui, como é o sistema de saúde, a segurança, porque o custo é tão alto”, explica. Ela se preocupa, no entanto, em fugir de comparações com o Brasil e mostrar as diferentes realidades.

No dia em que a reportagem foi feita, Juliana guiava a soteropolitana Thayra Gomes, 20 anos. Pela primeira vez fora do Brasil, Thayra tinha medo de se perder, de não entender ou não ser compreendida em inglês. Mesmo com a forte chuva de verão, que começou no meio do programa, a jovem estava deslumbrada. “Essa viagem tem sido um choque cultural para mim. É tudo tão diferente e bonito”, disse a estudante, que já havia passado pela Alemanha. Para a turista, a contratação do passeio em português trouxe segurança já que ela viaja sozinha e ainda não domina o inglês ou outra língua estrangeira.

Embora muitos brasileiros não conheçam detalhes da história e cultura da Suíça, vale a pena mergulhar nas informações. Somente dessa maneira pode-se compreender um povo e entender as culturas mais longínquas.

A Suíça é uma evolução do seu passado

Com esse mote, Juliana tenta explicar aos brasileiros como o país se tornou o que é hoje. De acordo com a guia de turismo, a perspectiva histórica está presente em toda sua narrativa, conectando os acontecimentos do passado com as consequências no presente. Juliana começa o passeio com informações básicas sobre o país e perguntas que aguçam a curiosidade do turista. "Por que a Suíça é um país poliglota?" ou "Por que não há um presidente da República?" São perguntas que provocam a reflexão e despertam o interesse dos clientes sobre a Suíça e a vida no país.
Durante a caminhada a guia para em pontos estratégicos para explanar sobre revoluções que moldaram o panorama político e religioso da cidade, como a revolução das Guildas liderada por Rudolf Brun ou a Reforma Protestante, liderada por Ulrych Zwingli. Ela menciona ainda atividades culturais ligadas à história da cidade, como é o caso do Sechseläuten, a festa anual das guildas que ocorre em Zurique sempre no mês de abril, com o desfile de membros das guildas vestidos em roupas de época.

O tour aborda ainda temas diversos como pratos típicos e música tradicional, além de contos e anedotas que fazem os grupos se divertirem enquanto aprendem algo novo sobre o seu destino turístico.

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Fonte: Rádio Swiss Info

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