Utah: o estado que poderá surpreender na eleição nos EUA

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Utah: o estado que poderá surpreender na eleição nos EUA

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RFI

mediaAgentes do FBI retiram Donald Trump do palco em comício na cidade de Reno (Nevada), depois de alguém gritar "arma" na plateia.
REUTERS/Steven Styles

A dois dias da eleição presidencial americana, uma nova pesquisa nacional do Washington Post e da ABC News confirma vantagem da candidata democrata à sucessão de Barack Obama. Hillary Clinton tem 48% de intenções de voto, contra 43% para o rival republicano Donald Trump. Porém, uma vitória do candidato independente no estado de Utah, Evan McMullin, poderá atrapalhar o desfecho da votação.

Jean-Louis Pourtet, correspondente da RFI

O último fim de semana de campanha nos Estados Unidos é marcado por uma maratona de comícios e momentos de tensão. Ontem, durante encontro com eleitores em Reno, no estado de Nevada, Trump foi retirado do palco às pressas por policiais do FBI após falsos rumores de que um homem armado estava na plateia.

As verificações feitas pelos seguranças não deram em nada e o republicano retomou seu discurso minutos mais tarde. "Ninguém disse que seria fácil para nós, mas nada irá nos deter", disse o magnata quando voltou ao palco. Para Hillary, a noite de sábado (5) foi mais animada com o apoio da cantora Katy Perry em um "showmício" na Filadélfia.

Hillary Clinton recebe o apoio da cantora pop Katy Perry em "showmício" na noite de sábado (5) na Filadélfia.
REUTERS/Lucas Jackson

Os dois rivais têm novos comícios previstos neste domingo (6): cinco para Trump, nos estados de Iowa, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Virgínia; dois para Hillary, em Ohio e New Hampshire.

Mórmons podem pesar na balança

Além de Hillary e Trump, há mais três pequenos candidatos à Casa Branca: o libertário Gary Johnson, de 63 anos, ex-governador republicano do Novo México (1995-2003); Jill Stein, médica de 66 anos do Partido Verde; e o independente Evan McMullin, de 40 anos, ex-agente da CIA, ex-banqueiro e mórmon, que conseguiu perturbar o duelo Trump-Hillary em Utah e é considerado a maior ameaça na votação de terça-feira.

McMullin não gosta de Hillary e literalmente odeia Trump. Ele se lançou tarde na disputa, em agosto passado, dizendo ter a intenção de salvar a América de dois candidatos "carreiristas e corruptos". Para alcançar seu objetivo, ele preparou um programa oposto ao de Trump, que atende, porém, às expectativas de 60% da população mórmon de Utah. O candidato é contra a expulsão de 11 milhões de imigrantes ilegais e defende a liberdade de culto para os muçulmanos. Mórmons votam tradicionalmente no Partido Republicano, mas a comunidade ficou chocada com o estilo do magnata imobiliário nessa campanha.

O candidato independente de Utah à presidência dos Estados Unidos, Evan McMullin, em campanha em Salt Lake City.
REUTERS/George Frey

McMullin tem chances. Carregando a bandeira do movimento "Tudo Menos Trump", se ele vencer em Utah, será o primeiro candidato independente a ganhar um estado desde o segregacionista George Wallace, em 1968. Com uma eventual vitória, McMullin privaria Hillary e Trump de reunir os votos de 270 grandes eleitores fundamentais para a eleição. E, neste caso, seria a Câmara de Representantes que elegeria o presidente. Como ela é de maioria republicana, ela provavelmente escolheria Trump, não exatamente o candidato preferido de McMullin.

Fonte: Rádio França Internacional

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