Técnico da Alemanha diz que “ainda é cedo para festejar”

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Técnico da Alemanha diz que "ainda é cedo para festejar"

Por

RFI

mediaJoachim Löw
Reuters

Apesar da euforia da classificação às semifinais da Eurocopa, depois de eliminar a Itália pela primeira vez em um grande torneio, o técnico alemão Joachim Löw preferiu manter os pés no chão e disse que "ainda é cedo para festejar".

"Estou muito feliz com a classificação às semifinais, mas o torneio ainda não acabou, a história continua", afirmou o treinador depois da partida, que teve um desfecho emocionante, com vitória alemã numa disputa de pênaltis de tirar o fôlego, depois do empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.

"Nunca é fácil andar do meio do campo até a marca do pênalti, não é algo que podemos treinar", lembrou Löw, que viu três dos seus jogadores perderem suas cobranças, contra quatro italianos.

"Tenho boas sensações, mas ainda não podemos sentir que estamos como no Brasil, em 2014 (quando a Alemanha ganhou a Copa do Mundo)", completou o treinador.

Seu colega italiano, Antonio Conte, que vai deixar o comando da Nazionale para comandar o Chelsea, ressaltou que "ficou orgulhoso" com o desempenho da sua equipe.

"Os jogadores deram tudo e enfrentamos um adversário muito forte. A única coisa que lamento é o fato de ter perdido nos pênaltis", comentou.

"Acho que essa equipe deixa um legado muto importante: querer é poder e, com trabalho, podemos obter resultados impensáveis antes do início do torneio. É uma pena sair de cena dessa maneira, mas o fato de ter jogado de igual para igual com a Alemanha é uma satisfação", completou Conte.

Jogo emocionante

A Alemanha, graças ao goleiro Manuel Neuer, levou a melhor sobre a valente Itália numa disputa de pênaltis de tirar o fôlego (6-5), após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar e prorrogação.

A classificação alemã pôs fim a um tabu histórico do confronto entre as duas gigantes do futebol europeu: em oito confrontos prévios em Copas do Mundo ou Eurocopas, a "Mannschaft" nunca havia conseguido derrotar a "Azzurra".

Os atores desse verdadeiro espetáculo do futebol seguiram à risca o roteiro que todos conheciam e imaginavam: a Alemanha, atual campeã do mundo, impôs sua superioridade técnica para mandar na posse de bola e criar mais chances de gol, enquanto a Itália, valente e bem postada em campo, esperava uma oportunidade para surpreender no contra-ataque.

Nesse cenário, a Alemanha só conseguiu furar a "Muralha de Turim", como é chamada a excelente zaga formada por quatro jogadores da Juventus, Buffon, Bonucci, Chiellini e Barzagli, aos 20 minutos do segundo tempo, quando Jonas Hector cruzou na medida para Mesut Ozil pegar de primeira e balançar as redes.

A Itália lutou até fazer seu gol, levando a partida à prorrogação graças à cobrança de pênalti muito bem batida por Bonucci, aos 33 minutos.

Como não houve jeito de desempatar a partida no tempo extra, o jogo acabou indo para os pênaltis, centrando todas as atenções nos goleiros, duas lendas vivas da posição, o alemão Manuel Neuer e o italiano Gianluigi Buffon.

Neuer, tido como o melhor goleiro do mundo e oito anos mais novo que Buffon, de 38 anos, acabou levando a melhor. Do alto de seus 1.95 m de altura, se vingou de Bonucci, defendo a cobrança do zagueiro, e pegou o chute de Matteo Darmian para garantir a classificação à Alemanha.

Nas semifinais, a Alemanha enfrentará na próxima quinta-feira em Marselha o vencedor do confronto entre a surpreendente Islândia, grande zebra da competição, e a anfitriã França, que medem forças neste domingo (3) no Stade de France, perto de Paris.

Defesas levam a melhor

Cauteloso, o técnico Joachim Low, apesar da clara superioridade individual de seus jogadores, preferiu optar por um esquema com três zagueiros, uma estratégia muito testada em amistosos e treinos da "Mannschaft" para segurar adversários que apostam na velocidade de pontas para contra-atacar.

E, como Antonio Conte não surpreendeu, armando novamente um 3-5-2, apesar do desfalque de Daniele De Rossi, as duas equipes se espelharam em campo.

Conscientes de suas fraquezas e qualidades, as seleções fizeram jogo "confortável" no primeiro tempo. Os alemães satisfeitos com a posse de bola, os italianos felizes em segurar o empate e esperar uma chance para definir a partida.

Nesse panorama, a Alemanha precisou se contentar com lances isolados de pouco perigo, como numa cabeçada de Mario Gomez por cima do gol de Buffon, aos 41, e um chute fraco de Thomas Muller, no minuto seguinte.

Aos 10 minutos do segundo tempo, Muller enfim teve boa chance de abrir o placar, num forte chute travado por Alessandro Florenzi.

Mas, quando Low se preparava para colocar em campo Julian Draxler, mudando o esquema para um 4-2-3-1 mais ofensivo, Ozil, no lugar certo na hora certa, apareceu na área para pegar de primeira um cruzamento rasteiro de Jonas Hector, sem chances para Buffon.

A Itália, atrás no placar e dominada pela Alemanha, se viu obrigada a buscar o jogo em busca de um gol de empate, mas não conseguia assustar Neuer.

Suspense até o final

Até os 30 minutos da segunda etapa, quando defendeu chute fraco de Emanuele Giaccherini, o goleirão do Bayern de Munique era praticamente um espectador do jogo.

Era difícil cogitar uma maneira de os italianos encontrarem um jeito de empatar a partida, a não ser que a Alemanha desse um jeito de colaborar. E foi exatamente o que aconteceu.

Aos 33, Pellè cabeceou para trás uma bola alçada na área que foi parar no braço ingenuamente aberto do zagueiro Boateng. O árbitro não teve como não apitar pênalti.

Surpreendentemente, o escolhido para bater foi o zagueiro Bonucci, que nunca havia marcado um gol de pênalti na carreira. Sempre há uma primeira vez para tudo, e o jogador do Juventus bateu firme no canto esquerdo de Neuer, que não alcançou a bola: 1 a 1.

O empate foi um baque para os alemães, que optaram pela cautela e, apesar de ter a bola no pé e rondar a área italiana, não levaram mais perigo ao gol de Buffon. A prioridade era não sofrer contra-ataques.

O medo de perder, aliado ao desgaste físico das duas equipes, logicamente levou a partida à prorrogação e, em seguida, à cobrança de pênaltis, que essa sim não pecou por falta de emoção.

Zaza isolou seu chute, Muller foi parado por Buffon, Ozil acertou a trave, Pellè mandou para fora de maneira displicente, Schweinsteiger também desperdiçou… até que Neuer, que já havia defendido a cobrança de Bonucci, apareceu para decidir: o melhor goleiro do mundo pegou o chute de Darmian e deu a Hector a chance de marcar o gol da classificação.

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Fonte: Rádio França Internacional

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