Rebeldes decapitam criança e provocam revolta na Síria

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Rebeldes decapitam criança e provocam revolta na Síria

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RFI

mediaA cidade de Aleppo, onde o garoto de 12 anos teria sido decapitado, é palco de conflitos diários.
REUTERS/Abdalrhman Ismail

Os moradores da cidade de Aleppo, no norte da Síria, expressaram sua indignação após a revelação de que rebeldes teriam decapitado uma criança. O crime, cujas imagens foram divulgadas na internet, foi considerado um "ato de ódio" em um país já arrasado pelos horrores da guerra.

O menino teria sido decapitado por membros do grupo rebelde Nuredin Zinki em um caminhão no bairro de Al-Mashhad, controlado pelos rebeldes. O assassinato brutal, filmado e postado na terça-feira (19) nas redes sociais, foi cometido por extremistas islâmicos que acusaram o menino de combater ao lado do regime do presidente sírio Bashar Al-Assad.

Nas imagens, os insurgentes alegam que o garoto pertenceria às brigadas Al Qods, um grupo palestino pró-regime, e afirmam tê-lo capturado durante os combates no norte de Aleppo. Mas os membros da Al-Qods negaram que o menino fizesse parte de seu movimento e indicaram que se tratava de um refugiado palestino de 12 anos.

"Como podem matar uma criança desta forma?", declarou Basel Zein, um barbeiro de 25 anos que vive no bairro de Al Kalasseh de Aleppo, controlado pelos insurgentes. "Ele deveria ter sido julgado de forma justa e talvez trocado por rebeldes detidos pelo regime em vez de (ser submetido) a este ato de ódio", acrescentou.

Mohamad Badawi, imã em uma mesquita em Aleppo, disse que esta ação "é obra de criminosos. Isso é proibido pelo Islã", completou o líder religioso.

Em um comunicado oficial, o grupo rebelde afirmou que a decapitação foi "um erro individual que não representa a política geral do grupo". As pessoas envolvidas foram detidas e colocadas à disposição de uma comissão de investigação, que anunciará seu veredicto "o quanto antes", acrescentou Nuredin Zinki.

O incidente macabro também foi condenado pela Coalizão Nacional Síria, o principal grupo de oposição política no exílio, que expressou sua "comoção com as horríveis cenas" e pediu que o grupo rebelde puna os culpados.

Comunidade internacional se sensibiliza

Reações também foram registradas na comunidade internacional. Em Washington, o Departamento de Estado norte-americano indicou que foi informado do incidente "horrível" e disse que poderia reconsiderar seu apoio ao grupo rebelde. "Estamos investigando para ter mais informações", declarou na terça-feira seu porta-voz, Mark Toner. "Se for confirmado que essas alegações são verdadeiras, vamos examinar qualquer cooperação que temos com este grupo", acrescentou.

Os rebeldes do Nuredin Zinki, muito presente na província de Aleppo, já receberam no passado mísseis norte-americanos, embora esta ajuda militar pareça ter sido interrompida em 2015.

O movimento já havia sido denunciado no início deste mês pela Anistia Internacional. Nesta quarta-feira, a ONG se exprimiu novamente, e considerou que o "horrível vídeo" constitui "um exemplo sinistro das execuções sumárias de pessoas capturadas". Para a Anistia Internacional, "esses atos constituem crimes de guerra".

Nos bairros do leste de Aleppo, sitiados pelas forças do governo, os moradores acusaram o grupo Nuredin Zinki de manchar a imagem da rebelião que há cinco anos luta contra o regime de Bashar al-Assad. A segunda cidade da Síria está dividida entre as zonas ao leste, controladas pelos rebeldes, e ao oeste, nas mãos do regime de Damasco.

(Com informações da AFP)

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Fonte: Rádio França Internacional

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