Poluição é terceira causa de mortalidade na França

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Poluição é terceira causa de mortalidade na França

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RFI

mediaParis em um dia onde a cidade atingiu um pico de poluição
PATRICK KOVARIK / AFP

A poluição do ar é responsável pela morte de 48 mil pessoas todos os anos na França. Um documento publicado nesta terça-feira (21) pelo governo francês lembra que a poluição atmosférica é um problema de saúde pública e também a terceira causa de mortalidade na França, atrás do cigarro e do álcool.

As micropartículas estão na origem dessa estatística sinistra. Elas penetram profundamente no sistema respiratório e provocam inúmeras patologias, gerando uma perda de esperança de vida de dois anos nas cidades mais poluídas, como Paris. Em entrevista à RFI, o eurodeputado ecologista Yannick Jadot, vice-presidente da comissão de comércio internacional do Parlamento europeu, diz que o tema ainda é pouco tratado, apesar de ser uma questão essencial para a saúde pública.

Segundo ele, “o assunto não é muito abordado porque a poluição é silenciosa, embore retire de cada um de nós muitos meses de vida e tenha papel no desenvolvimento de doenças, principalmente nas crianças. Além disso, o Estado é com frequência prisioneiro dos lobbies que gera essa poluição.”. Um dos exemplos, diz o eurodeputado, é o diesel, responsável por 15 mil mortes.

Políticas de prevenção

A epidemiologista Mathilde Pascal, que participou da elaboração do relatório, explica que o objetivo da pesquisa foi avaliar como a atividade humana poderia influenciar a poluição. No documento, também foi feita uma simulação de como seria possível melhorar a qualidade do ar, tendo como base as cidades francesas menos poluídas e as atividades geradoras de partículas nesses locais. “O que aconteceria se todas as cidades tivessem esse nível de poluição? Foi a partir desse cenário que nós trabalhamos e concluímos que 34 mil mortes poderiam ser evitadas”, diz Pascal.

Um dos dados mais impressionantes do estudo é que, na zona rural, os habitantes também são atingidos pela poluição, e perdem cerca de 9 meses de vida por conta das micropartículas. “Utilizamos um método científico, que é a estimativa quantitativa do impacto sanitário e para cada cidade aplicamos fatores que integram estudos epidemiológicos. Esses estudos levam em conta vários fatores de risco, como o tabagismo, o local e a atividade profissional. E os moradores da zona rural não estão livres do problema”, observa a epidemiologista.

Para a especialista francesa, existe uma tomada de consciência do poder público em relação ao assunto, mas não há solução milagrosa. " Existem soluções coletivas mas também individuais, como evitar o uso do carro para trajetos curtos, o que tem um benefício direto também na saúde”, disse Pascal.

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Fonte: Rádio França Internacional

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