Merkel aceita esperar 2017 para início do Brexit

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Merkel aceita esperar 2017 para início do Brexit

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RFI

mediaBrexit: May e Merkel se proximam pela manutenção do comércio livre.
AFP/John MacDougall

Em visita a Berlim, a primeira-ministra britânica Theresa May deixou claro que a Grã-Bretanha não tem pressa em pedir a sua saída da União Europeia. A posição foi bem recebida pela chanceler alemã Angela Merkel, apesar da pressão exercida por outros países membros depois que os britânicos votaram a favor da separação.

Renunciando à presidência semestral do Conselho da União Europeia, agendada para 2017, a Grã-Bretanha deu o primeiro passo para sua separação definitiva do bloco. Mas, no encontro desta quarta-feira (20) em Berlim, o clima era de cordialidade entre a chanceler alemã e a primeira-ministra britânica.

“É do interesse de todos que a Grã-Bretanha peça a sua saída quando ela tiver uma posição de negociação bem definida”, declarou Merkel, ao lado de Theresa May. “Uma boa preparação é importante, e nós saberemos esperar a hora certa”, concluiu a chanceler.

Por sua vez, a primeira-ministra reafirmou que o pedido de separação não será feito antes do fim de 2016. “O processo demanda tempo e uma análise muito precisa”, disse May, “para que a posição da Grã-Bretanha seja muito clara durante as negociações”.

A saída, inédita, de um país membro da União Europeia (EU) demanda o uso do Artigo 50 do Tratado de Lisboa. Depois de acionado, o artigo prevê um prazo de dois anos de negociações para que a separação se conclua. Nesse caso, espera-se que a Grã-Bretanha deixe a União Europeia em 2019.

Questão delicada

A chanceler alemã lembrou que os dois países têm uma relação “estreita e cordial”, que trabalham sobre convicções similares, e que essa proximidade vai “impregnar as negociações sobre a saída do Reino Unido do espaço da UE”.

Em outras palavras, Merkel sinalizou que a Alemanha não tem interesse em endurecer o jogo quando forem negociadas as condições de livre trânsito de mercadorias. Com um volume considerável de exportações para o Reino Unido, os alemães só teriam a perder com o fim do livre comércio entre os dois países.

Por outro lado, vários Estados membros da União Europeia, menos complacentes com os britânicos, já deixaram clara a sua posição: sem a livre circulação de cidadãos, como preveem os tratados da UE, não haverá livre trânsito de mercadorias.

“Queremos obter um bom acordo em relação aos bens e serviços”, declarou May, sem fazer referência à livre circulação de cidadãos europeus na Grã-Bretanha.

Nesta quinta-feira (21), a líder britânica se encontrará com o presidente francês François Hollande que, diferentemente de Angela Merkel, tem favorecido uma saída rápida do Reino Unido da UE.

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Fonte: Rádio França Internacional

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