Forças iraquianas retomam principal hospital de Faluja do grupo EI

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Forças iraquianas retomam principal hospital de Faluja do grupo EI

mediaMilitares iraquianos avançam sobre o grupo Estado Islâmico em Faluja, neste sábado (18).
REUTERS/Thaier Al-Sudani

As forças iraquianas seguem combatendo neste sábado (18) o grupo Estado Islâmico (EI) em Fallujah, a 50 km de Bagdá. Os soldados conseguiram eliminar as minas terrestres e retomar dos jihadistas o principal hospital da cidade.

Segundo o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, as forças do governo controlam a maior parte Faluja e restam poucos focos de resistência extremista. No entanto, o grupo Estado Islâmico controla os bairros ao norte da cidade, onde milhares de civis são usados como escudos humanos.

Esse era o principal medo do exército, neste sábado, ao se aproximar do hospital de Faluja: que pacientes fossem utilizados como reféns. Ao retomar o local, as autoridades informaram que não havia civis.

Segundo o comandante iraquiano Abdelwahab Saadi, as forças de elite "continuam a avançar para libertar os subúrbios do norte" da cidade, indicou o comandante Abdelwahab Saadi.

Fuga em massa

Milhares de civis fugiram em massa dos combates em Faluja nas últimas horas. Imagens nas redes sociais mostraram centenas de pessoas cruzando a nado o rio Eufrates em busca de um local seguro.

Segundo as autoridades iraquianas, muitos membros do grupo Estado Islâmico conseguiram escapar da cidade misturados aos civis. O Conselho Norueguês de Refugiados (NRC) teme que iraquianos que ficaram em Faluja sejam os mais vulneráveis – mulheres grávidas, idosos e deficientes – incapazes de fugir. Ainda não há um balanço de quantas pessoas permaneceram na cidade.

Próximo objetivo é reconquistar Mossul

Os militares iraquianos também recomeçaram as operações para atacar Mossul, outro importante reduto dos jihadistas no Iraque. "O objetivo da operação é tomar a cidade de Qayarah e usá-la como um trampolim para retomar Mossul", disse o ministro da Defesa, Khaled al-Obeidi.

Qayarah, que tem um aeroporto, está localizada cerca de 60 km ao sul de Mossul, uma cidade em poder dos extremistas desde junho de 2014, cinco meses depois que tomaram Fallujah.

Em 24 de março, o exército iraquiano, apoiado por combatentes curdos e milícias xiitas, lançou uma ofensiva para retomar a província de Nínive, no que foi considerada uma primeira fase para a retomada de Mossul. Abadi prometeu derrotar o grupo Estado Islâmico no Iraque antes do final de 2016.

Retomada de Faluja não é o fim do grupo EI

Muitos especialistas estão céticos quanto à possibilidade de enfraquecer o grupo Estado Islâmico com a retomada de importantes bastiões dos jihadistas. Para Patrick Martin, do Institute for the Study of War, com sede em Washington, a organização terrorista pode sobreviver à perda de Faluja. "A máquina de propaganda do grupo EI nas redes sociais vai sempre encontrar alguma maneira de atrair recrutas e incentivar ataques de lobos solitários", indicou Martin.

Nos últimos meses, os jihadistas tiveram mais derrotas do que sucessos nos campos de batalha na Síria e no Iraque, mas ocuparam as capas dos jornais com ataques mortais no Ocidente, particularmente na França, Bélgica e Estados Unidos. Ganhar a batalha midiática também é uma questão importante para os terroristas.

Na Síria, o EI enfrenta várias ofensivas no norte, mas ainda resiste em seus redutos de Manbij, na província de Aleppo, e Tabqa, província de Raqa. Para o analista Patrick Skinner, do grupo de segurança estratégica dos Estados Unidos Soufan, ainda que a perda de bastiões no Iraque e na Síria não representem o fim do grupo, elas significam "a perda de ilusões do califado".

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Fonte: Rádio França Internacional

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