EUA pedem que Turquia respeite Estado de direito após tentativa de golpe

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EUA pedem que Turquia respeite Estado de direito após tentativa de golpe

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RFI

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REUTERS/Yuri Gripas

O presidente americano, Barack Obama, pediu aos militares e ao governo na Turquia que "respeitem o Estado de direito", após a tentativa de golpe naquele país, segundo um comunicado divulgado neste sábado pela Casa Branca.

"O presidente e sua equipe lamentam a perda de vidas humanas e destacam a necessidade vital para todas as partes na Turquia de agir respeitando o Estado de direito e evitar qualquer ação que possa gerar novos episódios de violência ou instabilidade", assinala o comunicado.

O governo turco anunciou a prisão de cerca de 3 mil soldados, entre eles oficiais de alta patente, o que antecipa uma possível caça às bruxas no Exército.

As autoridades judiciais turcas anunciaram que 2.745 juízes de todo o país seriam demitidos após a tentativa de golpe.

Como já tinha feito na sexta-feira (15), o presidente Obama, que se reuniu no sábado (16) com seus conselheiros de segurança, reiterou "o apoio incondicional dos Estados Unidos ao governo civil democraticamente eleito da Turquia".

Ancara é um parceiro estratégico de Washington, seja como membro da Otan ou como base para o lançamento de ataques aéreos ao grupo Estado Islâmico.

Obama destacou, ainda, "os desafios compartilhados entre a Turquia e os Estados Unidos, que exigirão a cooperação contínua, inclusive os esforços comuns na luta contra o terrorismo".

Mas um tema que os distancia é o apoio americano aos rebeldes curdos que lutam na Síria e que, para Ancara, não são mais que representantes dos separatistas curdos com os quais a Turquia trava uma guerra sem trégua em seu território.

Operações aéreas contra o Estado Islâmico

Os Estados Unidos realizam parte importante de suas operações aéreas contra o grupo Estado Islâmico a partir da base de Incirlik, no sul da Turquia. Mil e quinhentos militares e pessoal civil da defesa americana estão destacados nessa base, e 2.200 em todo o país.

No sábado (16), um funcionário americano em Washington, que pediu para não ser identificado, informou que as operações aéreas americanas contra o EI a partir dessa base haviam sido suspensas, devido ao fechamento do espaço aéreo turco após a tentativa de golpe.

Mais cedo, o consulado americano em Adana (sul) reportou que Incirlik estava sem eletricidade e seus acessos de entrada e saída haviam sido bloqueados.

"As autoridades locais proibiram a circulação de e para a base aérea de Incirlik", anunciou o consulado em seu site.

O governo americano informou que "trabalha com os turcos para retomar as operações o mais cedo possível", destacou em um comunicado o porta-voz do Pentágono, Peter Cook.

A base de Incirlik abriga drones (aviões sem piloto), aviões de ataque lberga, aviões de suporte aéreo e ataque em solo A-10 e aviões de guerra eletrônica Prowler.

Tensão entre aliados

Outro tema delicado é o do imã Fethullah Gülen, inimigo declarado do presidente Erdogan, que vive exilado no estado americano da Pensilvânia.

Güllen foi acusado por Erdogan de estar por trás da tentativa fracassada de golpe, mas ele negou e inclusive condenou o levante em um comunicado difundido ainda na noite de sexta-feira (15).

Em discurso a milhares de simpatizantes em Istambul, no sábado, Erdogan pediu aos Estados Unidos a extradição de Gülen para ser julgado na Turquia. "Os EUA devem extraditar essa pessoa", disse Erdogan no discurso.

O secretário de Estado americano, John Kerry, que está atualmente em Luxemburgo, afirmou que os Estados Unidos ajudarão Ancara na investigação sobre o golpe fracassado.

Também pediu às autoridades turcas que enviem provas das acusações contra Güllen. As autoridades americanas, por sua vez, suspenderam os voos de companhias aéreas americanas com destino à Turquia.
Proibiram, ainda, todos os voos procedentes do território turco, com ou sem escala.

Os militares americanos na Turquia receberam ordens de tomar medidas máximas de proteção, com o que deverão suspender toda atividade não essencial e concentrar seus recursos na defesa a eventuais ataques.

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Fonte: Rádio França Internacional

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