Direita francesa faz exigências em troca de apoio ao estado de emergência

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Direita francesa faz exigências em troca de apoio ao estado de emergência

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O atentado de Nice da quinta-feira (14) continua dominando as manchetes dos principais jornais franceses nesta terça-feira (19).

O Le Figaro coloca uma pergunta na sua capa: "Quais são as novas medidas contra o terrorismo?". A reportagem diz que, em troca do seu apoio para prolongar o estado de emergência, o partido de centro-direita Os Republicanos, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, quer que o governo de François Hollande adote diversas medidas contra o terrorismo.

Essas ações já haviam sido solcitadas há vários meses e retomadas no relatório da comissão de investigação da Assembleia Nacional sobre a luta antiterrorista.

Entre as propostas estão ações de busca e apreensão, com a possibilidade de investigar os dispositivos informáticos e a detenção das pessoas envolvidas até o fim do procedimento.

O relatório propõe também o fechamento de todos os lugares de culto radicalizados, em urgência absoluta, e a proibição de manifestações públicas que não dispuserem dos meios necessário para garantir a segurança dos participantes.

A ampliação do controle da identidade e da revista de veículos e de bagagens é outra solicitação da direita francesa.

Expulsão imediata de estrangeiros

Outra medida solicitada é que os estrangeiros que tenham conexão direta ou indireta com um grupo terrorista sejam expulsos do país com urgência absoluta. Para os cidadãos franceses na mesma situação, a proposta é de prisão em um centro penitenciário ou em sua residência com a utilização de um bracelete eletrônico por uma duração de três meses.

Os Republicanos pedem ainda ao governo a criação de centros de desradicalização à altura das necessidades atuais e que os condenados por atos de terrorismo não possam se beneficiar de mudança de ala ou de presídio e de redução da pena. E o partido de direita quer a prolongação do estado de emergência por seis meses, e não apenas três, como deseja François Hollande.

Falta de união nacional

Já o jornal Libération critica a falta de união nacional após o atentado de Nice, que deixou 84 mortos e mais de 200 feridos, e o aproveitamento político da situação pela oposição de direita.

A publicação classifica de chantagem as reivindicações do partido Os Republicanos em troca do seu apoio para aprovar a prolongação do estado de emergência.

O deputado da legenda, Georges Fenech, chegou a afirmar que não quer mais ouvir falar de união nacional. Deixando de lado o relativo silêncio durante os atentados de novembro passado em Paris, a oposição acusa o governo de não ter se preparado para evitar novos ataques terroristas.

Tudo isso apesar de que especialistas já haviam chamado a atenção para o perfil inédito desse terrorista, que não tinha uma ficha S, que registra pessoas suspeitas de relação com grupos terroristas.

O ex-presidente Nicolas Saroky também voltou ao ataque, no que muitos consideram uma utilização política da situação de olho nas eleições presidenciais do ano que vem.

Em uma entrevista a um canal de TV, o ex-chefe de Estado disse que os franceses não querem saber de sorrisos e de apertos de mão, mas de ações e medidas concretas.

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Fonte: Rádio França Internacional

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