Coreia do Norte dispara míssil no mar do Japão e amplia tensão regional

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Coreia do Norte dispara míssil no mar do Japão e amplia tensão regional

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RFI

mediaO ministro da Defesa do Japão, Gen Nakatani (centro), dá entrevista em Tóquio sobre o novo teste balístico norte-coreano.
Kyodo/via Reuters

A Coreia do Norte lançou nesta quarta-feira (3) mais dois mísseis de médio alcance. Um deles explodiu no lançamento e o outro caiu no mar do Japão. O ato provocou a revolta de Tóquio e recebeu também fortes críticas dos Estados Unidos.

Washington lembrou que sanções da ONU proíbem o regime comunista de Pyongyang de utilizar a tecnologia de mísseis balísticos. Já o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou os testes norte-coreanos e declarou que eles representam "uma ameaça séria para a segurança do Japão".

O míssil foi lançado das imediações da cidade de Unyul (sudoeste) às 7H50 locais, em direção ao mar do Japão, informou o ministério da Defesa da Coreia do Sul. Os disparos aconteceram depois que a Coreia do Norte ameaçou com uma "ação física" contra a instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul.

Os disparos acontecem a apenas uma semana do início de exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul. Todos os anos, as manobras geram uma crise diplomática na península. Em 2015, o exercício contou com 30 mil militares americanos e 50 mil sul-coreanos. O regime de Kim Jong Un considera o treinamento uma provocação e o classifica de "teste geral de uma invasão dos Estados Unidos na região".

Míssil cai a 250 km da costa japonesa

O míssil caiu na zona econômica exclusiva (ZEE) do Japão, a 250 km da costa norte do país, às 8h05 de quarta-feira (20H05 de Brasília de terça-feira), segundo fontes japonesas. Algo que não acontecia desde 1998, quando um míssil norte-coreano caiu na ZEE do país depois de sobrevoar o território. "Não houve alerta. Foi um gesto extremamente problemático e perigoso do ponto de vista da segurança de aviões e navios", declarou o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga. "Protestamos imediatamente com a Coreia do Norte", acrescentou.

O teste acontece duas semanas após o lançamento de três mísseis balísticos que, segundo Pyongyang, simulavam ataques nucleares preventivos contra portos e aeroportos sul-coreanos, onde há material militar americano. Depois do quarto teste nuclear norte-coreano, em 6 de janeiro, seguido em 7 de fevereiro pelo lançamento de um foguete considerado como um teste disfarçado de míssil balístico, a tensão é crescente na península coreana. Em junho, outros disparos foram realizados.

Apesar das resoluções da ONU proibindo qualquer programa nuclear ou balístico na Coreia do Norte, o país prossegue com seus esforços para desenvolver um míssil intercontinental (ICBM) capaz de levar uma ogiva nuclear ao continente americano.

O Japão havia expressado preocupação com o programa nuclear norte-coreano e considerava possível que Pyongyang tivesse conseguido, como afirma, "miniaturizar cargas nucleares e desenvolver ogivas nucleares".

Pyongyang ameaçou em julho passado realizar uma "ação física" contra o escudo antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defence) que os EUA planejam instalar na Coreia do Sul e que Seul considera vital para sua segurança nacional. Washington e Seul já anunciaram que pretendem instalar o THAAD até o final do ano, diante da multiplicação das ameaças procedentes da Coreia do Norte.

Com informações da AFP

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Fonte: Rádio França Internacional

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