Cineasta iraniano Abbas Kiarostami morre na França

0
61
  • Tweeter

Cinema

Morte

Irã

Cineasta iraniano Abbas Kiarostami morre na França

mediaAbbas Kiarostami em Nice, sul da França, em 2007.
ERIC ESTRADE / AFP

O aclamado cineasta iraniano Abbas Kiarostami morreu de câncer nesta segunda-feira (4), na França, aos 76 anos. Ganhador da Palma de Ouro em 1997 por "Gosto de Cereja", o diretor viajou para a França na semana passada, para receber tratamento. Ele já havia se submetido a várias operações, no Irã, entre fevereiro e abril.

Uma das grandes estrelas do prolífico cinema iraniano, Kiarostami nasceu em Teerã, em 1940, em uma família humilde. Nos anos 60, se tornou parte da geração de cineastas conhecida como New Wave, da qual também fazia parte Mohsen Makhmalbaf.

O cineasta permaneceu no país após a Revolução Islâmica de 1979, mas nos últimos 10 anos vinha trabalhando em diversos países. Além da Palma em Cannes, venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1999, com “O Vento nos Levará”.

Kiarostami foi diagnosticado com câncer gastrointestinal no último mês de março. A morte foi confirmada pela House of Cinema do Irã e a repercussão entre seus pares foi imediata. “Ele não era apenas um cineasta”, afirmou o diretor iraniano Asghar Farhadi, que se preparava para ir a Paris visitar o amigo ainda hoje. “Ele era um místico moderno, tanto no cinema quanto em sua vida privada. Ele influenciou muitas pessoas”, definiu o diretor, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Trilogia Koker

Outro cineasta conterrâneo, Mohsen Makhmalbaf, diz que o cinema de seu país deve sua reputação internacional ao trabalho de Kiarostami, mesmo que dentro do Irã ele nunca tenha sido tão reconhecido. “Infelizmente seus filmes não eram muito vistos no Irã. Ele mudou o cinema no mundo, renovou e humanizou o cinema, em contraste com Hollywood”, afirmou Makhmalbaf, também ao Guardian.

Kiarostami estudou pintura na Universidade de Teerã, antes de iniciar no cinema. Trabalhou como designer gráfico e começou filmando comerciais para a televisão. Passou a fazer seus próprios filmes em 1969. Em uma entrevista de 2005, disse: “Tudo começou como apenas um emprego, mas acabou me transformando em um artista”.

Os três filmes conhecidos como Trilogia Koker estabeleceram a reputação de Kiarostami como diretor sensível e com rigor intelectual. "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?", "Vida e Nada Mais" e "Através das Oliveiras" foram lançados entre 1987 e 1994. Os filmes caminham no limite entre ficção e realidade, propondo novas formas para o cinema, mas Kiarostami sempre negou que houvesse ligação entre as produções.

  • Tweeter

Fonte: Rádio França Internacional

Deixe uma resposta

Por favor digite seu comentário!
Por favor digite seu nome