Atirador de Dallas não representa os negros americanos, diz Obama

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Atirador de Dallas não representa os negros americanos, diz Obama

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RFI

mediaObama chamou o atirador de Dallas de "demente", que não representa os negros dos EUA.
REUTERS/Jonathan Ernst

De passagem pela Europa, onde participou da reunião de cúpula da Otan, Barack Obama se exprimiu novamente neste sábado (9) sobre o ataque visando policiais em Dallas (Texas). O presidente norte-americano criticou o porte de armas nos Estados Unidos e classificou o atirador de “demente”, que não deve representar os negros do país.

Em uma entrevista coletiva que marcou sua última participação como presidente norte-americano em uma cúpula da Otan, Obama foi questionado principalmente sobre o ataque que custou a vida de cinco policiais e deixou outros sete feridos na quinta-feira (7), em Dallas. Mais uma vez, o chefe de Estado criticou a política de acesso às armas em seu país, e disse que o povo norte-americano não pode mais fechar os olhos diante do tema. “Se nos preocupamos com a segurança dos policiais, não podemos deixar de lado a questão das armas e agir como se ela não tivesse importância”, disse Obama diante dos jornalistas que acompanhavam em Varsóvia a cúpula mais importante organizada pela Otan desde fim da Guerra Fria.

O ataque foi cometido por Micah Xavier Johnson, um jovem afrodescendente de 25 anos, que possuía um verdadeiro arsenal em sua casa. Formado em técnicas de combate quando serviu no Afeganistão, entre novembro de 2013 e julho de 2014, ele disparou tiros certeiros durante um protesto contra a violência policial.

Antes de ser abatido, o atirador disse que não fazia parte de nenhum grupo e que seu ato era uma vingança pela morte de dois negros, em Lousiana e Minesota, assassinados pela polícia. Mas para Obama, o ataque não deve ser visto apenas por seu aspecto racial. "O indivíduo demente que realizou o ataque em Dallas não era representativo dos afro-americanos, assim como o atirador de Charleston não era representativo dos americanos brancos. Ou o atirador de Orlando ou San Bernardino não eram representativos dos muçulmanos", disse o presidente, em alusão aos massacres recentes nos Estados Unidos.

"EUA não estão divididos"

Obama negou que os Estados Unidos estejam retornando a uma situação de protestos e manifestações como as que marcaram o país nos anos 1960, apesar dos repetidos ataques de cunho racial nos últimos anos. "Quando se começa a sugerir que, de alguma forma, há uma enorme polarização, e que retornamos à situação dos anos 60, isto não é correto", disse o chefe da Casa Branca.

"Não estamos vendo revoltas ou a polícia atrás de pessoas que estão protestando de maneira pacífica", disse. "Apesar da semana ter sido dolorosa, os Estados Unidos não estão tão divididos como alguns sugerem", completou Obama, que decidiu encurtar sua estadia na Europa para participar das cerimônias de homenagens às vítimas do ataque de Dallas, no início da semana.

Antes de deixar o continente, o chefe da Casa Branca faz uma curta escala na Espanha. Esta será a única visita oficial de Obama ao país, e a primeira de um presidente norte-americano em 15 anos, desde que George W. Bush se reuniu em Madri em junho de 2001 com o então primeiro-ministro espanhol, José María Aznar.

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Fonte: Rádio França Internacional

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