Apesar de protestos em toda a França, Senado aprova reforma trabalhista

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Apesar de protestos em toda a França, Senado aprova reforma trabalhista

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RFI

mediaEm Paris, manifestação contra a reforma da lei trabalhista reuniu 55 mil pessoas, segundo os sindicatos.
PHILIPPE LOPEZ / AFP

O Senado da França aprovou nesta terça-feira (28) o projeto de reforma da lei trabalhista. Sob a ameaça de uma nova rodada de manifestações, o texto volta agora à Assembleia. Cerca de 200 mil pessoas saíram às ruas de várias cidades francesas contra a medida.

Depois de ter modificado o texto do projeto de lei, com o objetivo de torná-lo, segundo o governo, "menos liberal", 185 senadores, a maioria de partidos de direita, aprovaram hoje a reforma da legislação trabalhista. Já a maior parte dos 156 senadores que se opuseram ao texto são socialistas, comunistas e ecologistas.

Ao mesmo tempo em que o projeto de lei era votado, cerca de 200 mil pessoas, segundo os sindicatos, saíram às ruas de 91 cidade francesas para novo protesto contra a reforma trabalhista. De acordo com as autoridades, esse número não passou de 64 mil pessoas. Os protestos acontecem um dia antes do encontro do primeiro-ministro francês Manuel Valls com representantes dos sindicatos.

Em Paris, as organizações sindicais afirmam ter reunido 55 mil pessoas, entre 14 e 15 mil segundo as autoridades. Sob a presença de 2.500 agentes de segurança, os militantes desfilaram entre a praça da Bastilha, no 11° distrito, e a praça d'Italie, 13° distrito da capital francesa.

Segundo a polícia, cerca de 200 pessoas mascaradas e vestidas de preto se infiltraram na marcha e lançaram objetos contra as forças de ordem, que responderam com bombas de gás lacrimogênio. No total, 38 pessoas foram presas.

Sindicatos seguem inflexíveis

Abrindo o desfile parisiense, os líderes dos maiores sindicatos evocaram o encontro previsto para esta quarta-feira (29) com Valls e prometeram que não se dobrarão ao governo. Philippe Martinez, secretário-geral da maior organização sindical do país, disse esperar que a reunião seja mais do que "uma visita de cortesia para beber café". "Espero que Valls tenha propostas para fazer", completou o líder do sindicato Força Operária (FO), Jean-Claude Mailly.

Para pressionar ainda mais o governo, Martinez convocou nesta terça-feira os militantes para uma nova mobilização no dia 5 de julho. No mesmo dia, o governo prevê reenviar o texto da reforma à Assembleia.

Mais cedo, a CGT emitiu um comunicado ressaltando que a legislação trabalhista, em seu atual formato, não será aceita. "A CGT exige a suspensão dos debates parlamentares e a supressão dos artigos que são a coluna vertebral do texto para uma verdadeira negociação sobre uma legislação que resulte no progresso social", diz o documento.

Segundo a organização, 70% dos franceses são contra a medida. "O governo não pode desconsiderar essa realidade", ressalta o comunicado.

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Fonte: Rádio França Internacional

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