Agentes da Abin chegam à França para trocar informações sobre terrorismo

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Terrorismo

Rio 2016

Agentes da Abin chegam à França para trocar informações sobre terrorismo

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RFI

mediaComitê Executivo de Segurança dos Jogos Olímpicos reunido no Rio de Janeiro em junho.
Abin/Divulgação

Uma equipe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desembarcou nesta terça-feira (19) no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, para cumprir uma agenda de encontros cujo tema principal será o terrorismo. Os agentes devem ficar na França, a convite de autoridades locais, no mínimo até a próxima quinta-feira.

O serviço de inteligência brasileiro chega em busca de informações sobre o atentado ocorrido na cidade de Nice no último dia 14 de julho, em um momento em que uma série de atividades suspeitas de ligação com o terrorismo começa a ser detectadas no Brasil.

Um suposto grupo militante intitulado Ansar al-Khilafah Brazil declarou apoio ao Estado Islâmico em publicação em um aplicativo de mensagens e promoveu propaganda jihadistas em inglês e português. A informação é do serviço internacional de inteligência Site, especializado no combate ao terrorismo.

De acordo com o Site, um jihadista apoiador do Estado Islâmico denominado Ismail Abdul Jabbar al-Brazili enviou mensagens em português pelo serviço Telegram repetindo discurso de um porta-voz oficial do grupo militante, além de outras mensagens.

"Em 17 de julho, 'Ansar al-Khilafah Brazil' também postou uma mensagem em português questionando o benefício de policiais franceses treinarem a polícia brasileira, quando os próprios franceses foram incapazes de prevenir ataques de combatentes e aliados do Estado Islâmico", disse o Site em um comunicado enviado por email.

A Abin confirmou no mês passado que equipes de inteligência que atuam próximas ao plano de segurança dos Jogos do Rio tinham detectado a abertura de uma conta em português no Telegram para a troca de informações sobre o Estado Islâmico, mas as autoridades garantem que não foi detectada qualquer ameaça de ataque ao país.

Também na semana passada, o professor franco-argelino Adlene Hicheur, que era pesquisador visitante do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi deportado pelo Brasil por ordem do Ministério da Justiça. Hicheur havia sido condenado na França, em 2009, acusado de trocar mensagens com pessoas envolvidas em atos terroristas. Ele nega as acusações.

Credenciamento

O Centro Integrado Antiterrorismo (Ciant), em Brasília, que monitora os pedidos de credenciamento para a Olimpíada do Rio, afirma ter recomendado que 11.000 dos 460.000 pedidos de credenciamento fossem negados por razões de segurança.

Deste grupo, pelo menos 40 pessoas estão com alertas a respeito de cooperação internacional. Segundo a Rede Globo, quatro delas têm comprovadamente ligação com o terrorismo. Estas pessoas tiveram as credenciais negadas e estão sendo monitoradas pelos serviços internacionais de inteligência. Os nomes, as nacionalidades e as acusações estão sob sigilo.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo brasileiro prepara o esquema de segurança mais rigoroso possível para a vinda do presidente da França, François Hollande, à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

O francês é visto como alvo em potencial de eventuais investidas terroristas no Brasil. Entre as autoridades estrangeiras que confirmaram presença, Hollande é o único que contará com grau cinco de proteção da Polícia Federal, o maior na escala de atenção.

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Fonte: Rádio França Internacional

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