Unicef diz que crianças estão vulneráveis ao cólera no Haiti

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Alerta foi feito pelo representante da agência da ONU no país caribenho; Marc Vincent afirmou que muito progresso foi alcançado para controlar a doença, mas muito mais precisa ser feito para eliminar a infecção.

Campanha de vacinação contra o cólera no Haiti. Foto: Minustah/Logan Abassi

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, para o Haiti, Marc Vincent, alertou esta sexta-feira em entrevista à Rádio ONU que as crianças continuam vulneráveis ao cólera no país.

Ele afirmou que "as crianças ainda estão muito vulneráveis à doença". Vincent acha que "muito progresso foi alcançado até agora para controlar a infecção, mas muito trabalho ainda precisa ser feito para eliminar o cólera e proteger as crianças".

Mortalidade Infantil

O representante do Unicef explicou que o "cólera é transmitido pela água e com isso, não se trata de combater somente a doença, mas sim de atacar todas as doenças contraídas por água contaminada".

Segundo ele, esse tipo de problema representa a segunda maior causa de mortalidade infantil no Haiti.

Vincent afirmou que desde o início do surto, em outubro de 2010, foram registrados 780 mil casos de cólera e mais de 9 mil mortes no país.

Ele declarou que do total de infecções, 38% foram de crianças menores de cinco anos, o que representa mais de 100 mil. Mais de 750 menores nessa faixa etária morreram desde o início da epidemia.

Esforço

Vincent disse que houve um grande esforço do governo e da comunidade internacional para melhorar o acesso a instalações de saúde para o tratamento do cólera, mas o desafio aumenta no interior do país, onde não há muitas clínicas ou centros de combate à

Acesso à água potável e saneamento básico no Haiti. Foto: ONU/Logan Abassi

doença.

Ele explicou que o Unicef, organizações parceiras e o Ministério da Saúde haitiano criaram "o mecanismo de resposta rápida". Isso quer dizer que para cada caso de cólera registrado no país uma equipe é enviada para a região para ajudar no tratamento dos pacientes.

O representante da agência da ONU afirmou que esse mecanismo permitiu baixar o número de pessoas afetadas pelo cólera de 350 mil, em 2011, para 36 mil no ano passado.

Ele declarou que isso, apenas, não é suficiente para acabar com a doença. A resposta é aumentar também o acesso à água potável e ao saneamento básico.

Fundos

Vincent disse que o Unicef precisa de mais fundos para cobrir as operações. Por ano, a agência necessita de US$ 4 bilhões para manter as equipes de resposta rápida.

Até dezembro, o Fundo para a Infância precisa de US$ 2 bilhões urgentemente para manter os trabalhos durante o período mais crítico, que é durante a temporada de chuvas no final do ano.

Se o Unicef não conseguir o dinheiro, terá de suspender todas as ações a partir de outubro.

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Fonte: Rádio ONU

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