Unicef: 69 milhões de crianças vão morrer de causas evitáveis até 2030

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Relatório da agência da ONU alerta que se as tendências atuais continuarem 167 milhões menores vão viver na pobreza e 740 milhões de meninas serão forçadas a casar antes de completarem 18 anos.

O Unicef afirma que o mundo registrou progressos grandes na redução das mortes na infância. Foto: Unicef

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que se nada for feito 69 milhões de crianças podem morrer de doenças e outras causas evitáveis antes de completarem cinco anos até 2030.

A conclusão consta do Relatório sobre a Situação Mundial da Infância 2016, divulgado esta terça-feira pela agência da ONU.

Tendências

Segundo o documento, se as tendências dos últimos 15 anos continuarem pelos próximos 15 anos, calcula-se que 167 milhões de crianças vão estar vivendo na pobreza extrema. Mais de 60 milhões vão estar fora das escolas primárias.

Outro dado alarmante mostra que aproximadamente 750 milhões de mulheres vão ter se casado à força, antes de completar 18 anos, isso representa quase quatro vezes a população atual do Brasil.

O relatório afirma que, antes mesmo de nascerem, as crianças pobres e excluídas vão ter suas oportunidades moldadas por desigualdades. Os especialistas disseram que desvantagens e discriminação vão ajudar a determinar se elas vão viver ou morrer e se terão chances de estudar e mais tarde alcançar uma vida digna.

O Unicef afirma ainda que os conflitos, as crises e os desastres naturais aprofundam os problemas e diminuem o potencial do grupo.

Equidade

Falando de Luanda, a vice-representante do Unicef em Angola, Maria Amélia Fátima Russo, explicou que o documento deste ano destaca o cenário de menores, incluindo os que vivem com deficiência ou nasceram de pais com HIV.

“Globalmente temos grandes desafios na área da sobrevivência mas também na área do desenvolvimento, na área da educação e de proteção das crianças. Este 2016, o nosso enfoque é sobre a equidade. Mostra o exemplo do fosso que existe entre crianças que pertencem a meios sociais mais privilegiados e crianças que pertencem a menos privilegiados. Crianças que pertencem, normalmente, a qualquer que seja o meio social e que há tendência a discriminar. ”

O relatório diz também que as crianças da África Subsaariana vão ter 10 vezes mais probabilidade de morrer do que as que vivem em países ricos. Além disso, 90% das crianças na extrema pobreza estarão na África, mais especificamente na região ao sul do Saara.

Progressos

Apesar dos dados desfavoráveis, o Unicef afirma que o mundo registrou progressos muito grandes na redução das mortes na infância, na inserção de crianças nas escolas e na retirada de milhões de menores da pobreza.

Para o diretor-executivo da agência, Anthony Lake, "o momento para agir é esse". Segundo ele, para se alcançar as crianças que ficaram para trás é necessário compromisso político e força de vontade coletiva.

O relatório do Unicef mostra ainda vários dados importantes. Segundo os especialistas, as crianças representam 34% do total das populações dos países de baixa e média rendas, mas significam 46% das pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia.

Trabalho Infantil

Mais de 300 milhões de crianças vivem em áreas de alta ocorrência de enchentes. O documento diz ainda que "124 milhões de menores têm negada a oportunidade de entrar na escola e concluir os estudos". Aliás, desde 2011, aumentou o número de crianças que não frequentam uma sala de aula.

O relatório diz que 150 milhões de crianças menores de 14 anos estão envolvidas em algum tipo de trabalho infantil.

O Unicef afirma que comparadas com as crianças mais ricas, as crianças mais pobres têm quase duas vezes mais chances de morrerem antes de completarem cinco anos e mais do dobro de probabilidade de terem um atraso no crescimento.

Em 2015, o primeiro dia de vida de aproximadamente 1 milhão de crianças também foi seu último.

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Fonte: Rádio ONU

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