Situação de desespero para 200 mil civis vivendo sob cerco na Síria

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Chefe de direitos humanos da ONU faz alerta sobre população sitiada em três cidades; ataques aéreos aumentaram nos últimos meses e até 30 mil pessoas podem ter abandonado suas casas entre janeiro e junho.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O chefe de Direitos Humanos da ONU fez um alerta esta sexta-feira sobre a situação cada vez mais desesperadora de 200 mil civis sitiados em três cidades da Síria.

Segundo Zeid Al Hussein, na semana passada, forças do governo tomaram o controle da rodovia Castello, a única rota de acesso a áreas da cidade de Alepo que estão dominadas pela oposição e por isso, isoladas.

Mortes

Nos últimos meses, houve aumento dos ataques aéreos, levando entre 10 mil a 30 mil pessoas a fugirem da região entre janeiro e julho. Os ataques do governo e de forças aliadas também foram intensificados na área rural de Alepo: no domingo, pelo menos 19 pessoas, incluindo 11 crianças, foram mortas.

Mas Zeid destaca que saber o número exato de vítimas é difícil. O Escritório de Direitos Humanos da ONU calcula que pelo menos 150 mil civis estão sob cerco em Alepo, com pouco acesso à comida, água e medicamentos.

Sem Água

O alto comissário está alarmado com a situação dos civis sitiados em Daraya, uma cidade próxima a Damasco. O cerco controlado pelas forças do governo está em vigor desde 2012.

Segundo Zeid, 8 mil pessoas continuam vivendo na cidade, que está em ruínas, sem eletricidade, e não há praticamente nenhuma disponibilidade de água e de comida.

Isil

Outra cidade que também está cercada é Manbij: a situação por lá piora devido aos confrontos entre o auto-proclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, e as Forças Democráticas Sírias. Cerca de 70 mil civis vivem na cidade, que está controlada pelo Isil desde janeiro de 2014.

Há relatos de pessoas assassinadas ao tentar sair de casa ou fugir da cidade, que está sem água nem energia. Zeid Al Hussein faz um apelo a todas as forças em combate em Alepo, Daraya e Manbij para que declarem trégua e protejam as vidas de milhares de civis nas zonas de conflito.

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Fonte: Rádio ONU

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