ONU: Turquia deve responder à tentativa de golpe protegendo direitos humanos

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Em comunicado, alto comissário Zeid Al Hussein disse que país tem reforçar instituições e o sistema de verificações e equilíbrio; 755 juízes e promotores foram presos no fim de semana.

Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O alto comissário para direitos humanos das Nações Unidas pediu às autoridades da Turquia que reforcem a proteção dos direitos humanos no país, após uma tentativa de golpe na sexta-feira.

Zeid Al Hussein deplorou a perda de muitas vidas e enviou os pêsames às famílias das vítimas. Segundo o alto comissário da ONU, a Turquia tem que reforçar suas instituições e o sistema de verficações e equilíbrio de poderes.

Coragem

Ele elogiou o que chamou de coragem do povo turco de sair às ruas para defender a democracia, e disse que o governo deve responder mantendo o Estado de direito. Zeid afirmou que os responsáveis pela tentativa de golpe devem ser levados à justiça e submetidos a um processo justo.

De acordo com informações obtidas pelas Nações Unidas, muitos juízes e promotores foram suspensos ou presos no sábado.

Num comunicado separado, relatores de direitos humanos informaram que, ao todo, 2.745 juízes e promotores foram suspensos de suas funções e 755 presos, incluindo dois magistrados da Corte Constitucional. Os relatores pediram a libertação imediata dos profissionais.

Pena de morte

O alto comissário acredita que após uma experiência traumática como a de um golpe, é importante não sacrificar os direitos humanos em nome da segurança e da pressa em punir os que são considerados responsáveis.

Zeid Al Hussein disse que a medida alarmante num país que preza pela independência do judiciário. Segundo ele, se as prisões forem confirmadas serão classificadas de detenções arbitrárias.

Uma outra preocupação profunda é com declarações por parte de altos funcionários turcos de que a pena de morte pode ser reinstaurada.

O chefe de direitos humanos da ONU lembrou que o país aboliu a pena capital em 2004 e que a última execução ocorreu em 1984.

Para o alto comissário, reativar a medida seria um rompimento com as obrigações da Turquia para com as leis internacionais e de direitos humanos.

Fonte: Rádio ONU

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