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Angola e RD Congo podem vacinar perto de 15,5 milhões de pessoas em julho e agosto; Brasil coloca à disposição 2,5 milhões de doses em iniciativa que US$ 34 milhões; doença matou mais de 350 pessoas em seis meses em território angolano.
Foto: OMS/S. Hawkey
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou esta quinta-feira que prepara uma campanha de imunização "sem precedentes" para travar a expansão da febre amarela.
A iniciativa vai envolver mais de 15 milhões de angolanos e congoleses em julho e agosto.
Progressos
Nas últimas duas semanas, a agência e os dois países fazem acertos para arrancar com a iniciativa que deve cobrir a época entre o fim das chuvas e a reprodução de mosquitos, que aumentam o risco de transmissão da doença.
O Brasil colocou à disposição 2,5 milhões de doses de vacina.
Falando a jornalistas, em Genebra, o diretor executivo interino para a área de Surtos e Emergências de Saúde citou progressos e a colaboração de Angola para conter o surto. Desde dezembro, a febre amarela matou mais de 350 pessoas no país.
De acordo com Bruce Aylward, o plano é vacinar 15,5 milhões de pessoas, um número que considera "enorme em termos de controlo da doença, na RD Congo e em Angola".
Transmissões
Ele acrescentou que o foco primário da iniciativa vai ser a capital congolesa Kinshasa, com 8 milhões de pessoas vacinadas em agosto. Na fronteira entre os dois países, 3 milhões serão imunizados no lado congolês e 1,3 milhão do lado fronteiriço de Angola, além de mais 3 milhões de angolanos no interior, onde há transmissões residuais.
O responsável destacou o contributo do Brasil. Materiais como seringas também serão necessários.
Cidades e Fronteiras
Em território angolano, mais de 12,7 milhões de pessoas já foram vacinadas. Já a RD Congo teve 2,8 milhões de pessoas imunizadas em cidades e áreas fronteiriças.
A agência da ONU destaca, entretanto, que será exigido um enorme esforço por parte dos fabricantes de remédios e em relação ao investimento para cobrir uma lacuna de US$ 20 milhões em fundos. O total é de US$ 34 milhões.
Controlo e Vacinação
A OMS confirmou a exportação de casos de Angola para a China, que teve 11 pacientes em março. O Quénia também registou doentes, uma descoberta que fez "impulsionar o controlo e a vacinação em Angola".
A existência de casos em áreas urbanas é temida pela explosão de contaminação, pela alta mortalidade e por outros eventos como o risco de expansão da doença para países muito povoados.
Cerca de 9 milhões de pessoas contraíram o vírus no mundo, com a taxa de mortalidade que varia entre 15% e mais de 50%. Ao todo, 47 países são endémicos no mundo, sendo 33 em África.
Fonte: Rádio ONU