OMS: “ampla incompreensão pública” sobre resistência a antibióticos

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16/11/2015

OMS: "ampla incompreensão pública" sobre resistência a antibióticos

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Semana Mundial de Conscientização sobre estes medicamentos começou nesta segunda-feira; objetivo de campanha global é melhorar o entendimento do problema e mudar a forma como os antibióticos são usados.

O abuso ou uso indevido de antibióticos aumenta o desenvolvimento de bactérias resistentes. Foto: Uniads

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde, OMS, em 12 países mostra que as pessoas estão confusas sobre a questão da resistência aos antibióticos e não sabem como evitar o aumento do problema.

Os resultados do estudo coincidem com o lançamento de uma nova campanha da agência da ONU: "Antibióticos: manusear com cuidado".

Campanha Global

O objetivo da iniciativa global é melhorar o entendimento do problema e mudar a forma como os antibióticos são usados.

A campanha foi lançada durante a primeira Semana Mundial de Conscientização sobre os Antibióticos, que começou nesta segunda-feira.

A pesquisa da OMS foi conduzida nos seguintes países: África do Sul, Barbados, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Rússia, Sérvia, Sudão e Vietnã.

Resistência

A resistência a estes medicamentos acontece quando a bactéria se transforma, se tornando resistente aos antibióticos usados para tratar as infecções que ela causa.

O abuso ou uso indevido destes medicamentos aumenta o desenvolvimento de bactérias resistentes e a pesquisa mostra algumas práticas, falhas de compreensão e equívocos que contribuem com este fenômeno.

Aproximadamente 64% das cerca de 10 mil pessoas que participaram da pesquisa, em 12 países, afirmaram saber que a resistência a antibióticos é uma questão que pode afetar a si e suas famílias. No entanto, disseram não entender ao certo como, nem o que fazer para abordar a questão.

Tratamento Incompleto

Por exemplo, 64% dos participantes acreditam que os antibióticos podem ser usados para tratar de gripes e resfriados, apesar do fato destes medicamentos não terem nenhum impacto sobre vírus.

Quase um terço dos entrevistados, acredita que uma pessoa deve parar de tomar os antibióticos quando se sente melhor, em vez de concluir todo tratamento prescrito.

Crise Global de Saúde

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou nesta segunda-feira que "o crescimento da resistência aos antibióticos é uma crise global de saúde".

Ela disse ainda que o problema está alcançando "níveis perigosamente altos em todas as partes do mundo" e que os governos devem reconhecer a questão como "um dos maiores desafios atuais de saúde pública".

Avanços da Medicina

Chan declarou que a "resistência aos antibióticos está comprometendo a capacidade de tratar doenças infecciosas e prejudicando muitos avanços na medicina.”

Em maio, a 68ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou um plano de ação global para combater o problema da resistência aos antibióticos e a outros medicamentos antimicrobianos.

Tuberculose

Entre os casos mais preocupantes do fenômeno globalmente, a tuberculose multirresistente se destaca.

Estimativas são de que 3,6% dos novos casos e 20,2% dos pacientes já tratados sejam resistentes a vários medicamentos.

Quanto à malária, a OMS destacou focos de resistência à artemisinina em alguns países.

HIV

Em relação ao HIV, a agência calcula que entre 10% e 17% de pessoas sem terapia antirretroviral convivem com vírus resistentes a pelo menos um medicamento antirretroviral em áreas como Europa, Austrália, Japão e Estados Unidos.

Em mensagem, a agência da ONU realçou que os antibióticos nunca devem ser compartilhados e que o tratamento deve ser concluído.

Fonte: Rádio ONU

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