05/01/2016
OIM quer US$ 80 milhões para apoiar milhões de sul-sudaneses
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Agência prevê maiores necessidades humanitárias este ano; ONU estima que 6,1 milhões de pessoas podem precisar de assistência; pelo menos uma em cada três pessoas não tem o suficiente para comer no mais novo país do mundo.
Refugiados sul-sudaneses na fronteira com a Etiópia. Foto: Acnur/R. Riek
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, lançou esta terça-feira um apelo de mais de US$ 80,2 milhões para prestar assistência essencial a cerca de 5,1 milhões de pessoas no Sudão do Sul.
A agência parceira das Nações Unidas defende que a violência, as restrições de acesso e a insegurança alimentar continuam a provocar um aumento das necessidades e do deslocamento após dois anos de conflito civil.
Insegurança Alimentar
A OIM aponta “imensas carências humanitárias” no país, que em setembro tinha mais 80% de refugiados em relação a 2014. Há três meses, 34% da população sul-sudanesa enfrentava insegurança alimentar.
Cerca de 2,3 milhões de pessoas fugiram das suas casas desde o início da crise. Pelo menos 1,6 milhão de sul-sudaneses vivem como deslocados internos e outros 647,8 mil estão abrigados em países vizinhos.
O plano da agência é continuar a fornecer apoio nas áreas de saúde, abrigo, água, saneamento e assistência de higiene bem como ajuda para coordenar e gerir acampamentos.
Apoio Psicossocial
A OIM fala de crescente necessidade de apoio psicossocial aos afetados pelo conflito e aos deslocados.
As outras áreas que precisam de auxílio são transição, recuperação e programação para administrar a migração e ações para consolidar a paz e o desenvolvimento onde houver condições.
Mesmo com a assinatura do acordo de paz em agosto, o Sudão do Sul é marcado por confrontos em regiões que incluem os estados de Unidade, Alto Nilo e Jonglei.
Confrontos Intercomunitários
Unidade regista os mais violentos combates desde abril passado e os alvos incluem civis. Comunidades de áreas antes estáveis como Equatória Central e Ocidental também sofrem com confrontos intercomunitários.
O chefe da Missão da OIM no Sudão do Sul, David Derthick, disse que em 2016 as necessidades humanitárias serão maiores que em anos anteriores. A ONU estima que 6,1 milhões de pessoas podem precisar de assistência.
A razão é a continuação do conflito que obriga as pessoas a deixar as suas casas. Outros fatores incluem a diminuição de recursos familiares e as restrições no acesso de apoio aos vários carenciados.
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