Na COP21, Ban pede regime climático com regras claras

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30/11/2015

Na COP21, Ban pede regime climático com regras claras

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Em Paris, secretário-geral apelou à coragem e visão dos líderes mundiais ao pedir um acordo universal e significativo; ONU alerta para consequências graves de aumento de temperatura; Unfccc ressalta responsabilidade dos delegados do planeta.

Ban Ki-moon fotografado com o presidente francês e com o Ministro dos Negócios Estrangeiros em Paris. Foto: ONU.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP21, o secretário-geral das Nações Unidas disse que “a história está a chamar” ao exortar os líderes mundiais a responder “com coragem e visão”.

Falando esta segunda-feira em Paris, Ban Ki-moon explicou a necessidade de um acordo universal e significativo aos mais de 150 chefes de Estado e de governo presentes no evento.

Regras Claras

O chefe da ONU destacou que o tempo de "malabarismos acabou" e pediu a construção de um regime climático com regras claras, de um caminho que todos os países podem concordar em seguir.

Ban mencionou quatro critérios de sucesso do acordo. O primeiro, que este seja durável enviando um “sinal claro aos mercados de que a transformação da economia global para baixas emissões é inevitável, benéfica e já em curso.”

A visão deve ser a longo prazo ligada ao objetivo de manter o aumento da temperatura média abaixo de 2º C e reconhecer a necessidade de reforçar a resiliência.

Espaço de Manobra

O secretário-geral explicou que os pequenos Estados Insulares têm ainda menos espaço de manobra e querem que seja mantido o aumento da temperatura de 1,5º C.

O segundo critério é que o acordo a ser alcançado seja “dinâmico e capaz de acomodar mudanças na economia global”, e que este não deve ser renegociado continuamente.

Adaptação

Para Ban, o terceiro requisito para o sucesso é que o entendimento “encarne a solidariedade com os pobres e mais vulneráveis”. O chefe da ONU disse que o pacto deve garantir o apoio”suficiente e equilibrado” à adaptação e mitigação nos países em desenvolvimento.

Por fim, o chefe da ONU pediu um acordo credível, e lançou um apelo para que a atual ambição seja uma base e não o limite para os futuros esforços.

Emissões

Ban considerou de um bom começo o facto de 180 países terem apresentado planos nacionais climáticos, o que corresponde a cerca de 100% das emissões globais.

Mas instou aos países para irem “muito mais longe e mais rápido” para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2° C.

O secretário-geral lembrou que mesmo um aumento de 2°C terá consequências graves para a segurança alimentar e da água, para a estabilidade económica e para a paz internacional.

Compromissos

Ban disse que os países desenvolvidos devem manter o compromisso de mobilizar US$ 100 mil milhões anuais até 2020. Esse valor também deve ser a “base para os compromissos de financiamento” depois desse período.

Para o chefe da ONU, o novo acordo deve incluir também um quadro único e transparente para medir, monitorizar e informar sobre o progresso a ser alcançado.

Flexibilidade

Para as economias menos capacitadas, Ban disse que estas devem ter a flexibilidade e o apoio para atender às exigências do novo sistema.

No evento, a secretária executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Unfccc, disse que nunca antes uma “responsabilidade tão grande esteve nas mãos de tão poucos”.

Christiana Figueres afirmou aos delegados que o mundo olha e conta com eles.

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