09/12/2016
Milhares fogem de confrontos entre governo e ex-rebeldes no Congo
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Cidadãos angolanos estão entre os 55 mil refugiados que precisam de ajuda no país; combates envolvem o Exército e os chamados Ninjas, um grupo de antigos insurgentes, que assinaram um acordo com o governo há 13 anos.
Jovens deslocados em Mindouli, na região de Pool. Foto: Acnur/Brice Degla
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Milhares de pessoas abandonaram as suas casas no sudeste da República do Congo com o aumento de confrontos entre as Forças Armadas e antigos membros dos chamados Ninjas, antigos insurgentes.
Na província de Pool, perto da capital Brazzaville, mais de 11,3 mil fugiram das suas áreas de origem. Outros 1,6 mil congoleses deixaram a área de Bouenza, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur.
Retorno
O grupo de antigos insurgentes assinou um acordo com o governo em 2003, após confrontos que ocorreram na década 90.
O Acnur revela relatos dando conta de que pelo menos metade das casas de aldeias afetadas foram incendiadas e os habitantes receiam retornar às suas áreas.
As populações revelaram ter receio de que haja uma forte presença militar ao longo da estrada principal e nas cidades. Os deslocados precisam de quase tudo e principalmente de abrigo, comida e água potável.
Os combates levaram a ONU a interromper ações na área esta semana. Numa visita organizada pelo governo, em novembro, o Acnur observou "a piora das condições dos habitantes" após o último contacto feito no fim do primeiro semestre.
Mortes
As autoridades congolesas atribuem ao grupo a responsabilidade por ataques realizados em outubro e no mês passado, quando 14 pessoas perderam a vida num confronto na principal ligação ferroviária para a capital Brazzaville.
Pool é a área mais fértil do país mas os deslocados podem ficar sem comida. A agência defende que ainda não há condições para fornecer auxílio até que a situação melhore.
Na última entrega foram transportados artigos para 3,7 mil pessoas que incluem coberturas plásticas, kits de cozinha e sabão.
O Congo também abriga 55 mil refugiados, a maioria da República Centro-Africana. Os outros são da República Democrática do Congo, do Ruanda e de Angola.
*Apresentação: Denise Costa.
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Fonte: Rádio ONU