Líbia: “contrabandistas abusam de refugiados e migrantes”

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Líbia: “contrabandistas abusam de refugiados e migrantes”

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Traficantes de seres humanos podem ter em seu poder mais de 20 mil pessoas nessas condições; agência fala de sinais de trauma entre migrantes libertados desses grupos; vítimas relatam abuso sexual e de género, trabalho forçado e exploração sexual.

Grupo de refugiados em centro de detenção em Tripoli. Foto: Acnur/Iason Foounten

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, revelou que tem estado a operar para atender as necessidades urgentes de mais de 14,5 mil migrantes e refugiados detidos por contrabandistas em diferentes locais na Líbia.

O porta-voz da agência, Andrej Mahecic, disse a jornalistas, em Genebra, que equipas atuam todo o dia há mais de uma semana em campos agrícolas, casas e armazéns dentro e nos arredores da cidade costeira de Sabratha.

Abusos

O representante disse que o pessoal do terreno relata "um sofrimento humano e abusos em dimensão chocante" de refugiados e migrantes que sofreram abusos em mãos de contrabandistas, que incluem mulheres grávidas e recém-nascidos.

Centenas de pessoas estariam sem roupas ou sapatos e outros ainda a precisar de cuidados médicos urgentes para ferimentos de balas e outros sinais visíveis de abusos.

Entre os que foram resgatados dos contrabandistas há ainda refugiados e migrantes com "sinais visíveis de trauma". A maioria deles disse ter sofrido abusos que incluem violência sexual e de género, trabalho forçado e exploração sexual.

Assistência

As autoridades líbias calculam que cerca de 6 mil pessoas estariam detidos por contrabandistas. Se o total for confirmado, o número de refugiados e migrantes ultrapassaria 20.500 contando com os que vivem em centros de detenção oficiais.

O grupo de imigrantes foi levado para um hangar na área de Dahman, em Sabratha, que servia de centros de agrupamento desde o início da crise.

Desses locais, os refugiados e os migrantes foram transferidos pelas autoridades para os centros oficiais de detenção onde agências humanitárias prestam assistência essencial.

A prioridade do Acnur é identificar refugiados e pedir a sua libertação. A agência entregou mais de 15 camiões de itens de auxílio que incluem colchões, cobertores, kits de higiene e roupa de inverno.

A agência também forneceu barracas usadas como hospitais improvisados e contratou médicos que prestam assistência aos necessitados.

*Apresentação: Denise Costa.

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Fonte: Rádio ONU

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