Iraque: conflito tem “consequências dramáticas” para menores

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02/12/2015

Iraque: conflito tem "consequências dramáticas" para menores

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Avaliação está no segundo relatório do secretário-geral da ONU sobre crianças e conflito armado no país; documento cobre o período entre 1º de janeiro de 2011 a 30 de junho de 2015.

A situação de conflito no Iraque tem consequências graves para os menores. Foto: Unicef/ Wathiq Khuzaie

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O segundo relatório do secretário-geral sobre crianças e conflito armado no Iraque afirma que o país foi envolvido em uma vaga de violência com "consequências dramáticas" para os menores.

O documento das Nações Unidas cobre o período entre 1º de janeiro de 2011 e 30 de junho de 2015.

Conflito Brutal

Alguns dos exemplos são mortes, mutilações, ataques recorrentes a escolas e hospitais, sequestro de cerca de 1,4 mil meninos e raparigas, recrutamento de crianças e uso de violência sexual como tática de guerra pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.

A representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado afirmou que as vidas de meninos e meninas têm sido "profundamente afetadas" pelo agravamento da situação de segurança no Iraque.

Segundo Leila Zerrougui, o governo do país enfrenta "enormes desafios" para proteger as crianças do "conflito brutal", o que precisa ser feito "urgentemente".

Apesar de acesso limitado para monitorização devido à volátil situação de segurança, a ONU documentou mais de 3 mil crianças vítimas. Mortes e mutiações são as violações que mais afetam aos menores.

Violência Extrema

Ataques com uso de táticas de violência extrema, supostamente cometidos pelo al-Qaeda e o Isil no Iraque, representam mais da metade de todos os relatos de crianças mortas ou feridas.

Entre 2011 e 2013, a maioria destes casos era resultado de explosivos improvisados. Com a intensificação do conflito armado em 2014, a ONU também começou a receber relatos preocupantes de incidentes após bombardeamentos.

"Alas Jovens"

A ONU documentou centenas de casos de crianças recrutadas e usadas nas hostilidades.

O Escritório da representante especial afirma que os relatos do surgimento de "alas jovens" do Isil, com centros de treinamento no Iraque e na Síria é "extremamente preocupante", assim como a suposta associação de menores com as Forças de Mobilização Popular.

Detenção

Leila Zerrougui pediu ao governo que tome "medidas robustas" para combater o recrutamento e uso de crianças por todos os lados em conflito, particularmente pelas Forças de Mobilização Popular sob o seu controlo.

Ela também afirmou estar preocupada com a detenção de crianças sob acusações de segurança. A representante especial lembrou às autoridades que menores associados a grupos armados "devem ser tratados principalmente como vítimas".

Segundo Zerrougui, a detenção deve ser usada "como último recurso e pelo menor tempo possível".

Investigação

Assim como o secretário-geral, a representante especial pediu investigações rápidas e imediatas sobre as graves violações cometidas contra crianças para garantir que os autores sejam responsabilizados.

Segundo seu escritório, Zerrougui diz sentir-se "encorajada" pela recente proposta de reforma apresentada pelo primeiro-ministro Haider al-Abadi para fortalecer o Estado de Direito, aprimorar a prestação de contas a combater a impunidade.

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Fonte: Rádio ONU

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