Grávidas e crianças entre vítimas de naufrágio no Mediterrâneo

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04/11/2016

Grávidas e crianças entre vítimas de naufrágio no Mediterrâneo

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Alerta é do Unicef; 29 sobreviventes foram levados à ilha italiana de Lampedusa; maioria das vítimas era de Senegal, Libéria, Guiné Conacri e Nigéria.

Embarcação da guarda costeira italiana leva sobreviventes de um barco naufragado ao porto de Lampedusa. Foto: Amsa/Acnur (arquivo)

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Crianças e grávidas estavam entre as 240 pessoas que teriam se afogado próximo à costa da Líbia enquanto tentavam atravessar o mar Mediterrâneo nesta semana.

O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Em um comunicado, Helena Rodriguez, uma ginecologista e mediadora cultural a atuar com trabalhadores de saúde italianos que ajudaram os que foram resgatados, falou do sofrimento dos sobreviventes levados à ilha de Lampedusa.

Terrível

Rodriguez citou uma "situação terrível". Ela mencionou a angústia e "estado de profundo choque" de uma jovem mulher da Libéria que perdeu seu filho de dois anos, sua filha de 13 anos e seu irmão de 21 anos. Os três afogaram-se quando o barco onde estavam virou.

A representante do Unicef disse ainda que apesar da jovem ter pagado US$ 2,4 mil para que sua família fizesse a travessia entre a Líbia e a Itália, quando ela e outros viram um barco "completamente sem condições para o mar", eles se recusaram a entrar porque estavam com medo.

No entanto, contrabandistas atiraram neles e os forçaram a ir. Por isso, continuou a mediadora do Unicef, tantas pessoas se afogaram a apenas 12 kilómetros da costa de Líbia.

Sobreviventes

A mulher liberiana, uma dos 29 sobreviventes levados à ilha italiana, está com pneumunia aguda.

De acordo com o Unicef, duas outras mulheres que foram salvas pelo mesmo navio norueguês também perderam seus filhos no mar. A maioria das vítimas era do Senegal, da Libéria, da Guiné Conacri e da Nigéria.

Além disso, a agência da ONU afirmou que os que foram resgatados estavam em condições físicas e psicológicas difíceis quando chegaram, alguns em coma e outros com graves queimaduras devido à exposição ao combustível do motor.

O Unicef lembrou que 2016 deve ser o "ano mais fatal já registado no Mediterrâneo" com mais de 4,2 mil migrantes e refugiados tendo morrido na tentativa de fazer a perigosa viagem pelo mar.

Até o momento, cerca de 160 mil pessoas chegaram à Itália pelo mar este ano.

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Fonte: Rádio ONU

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