Especialista da ONU diz que Austrália deve combater racismo

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08/12/2016

Especialista da ONU diz que Austrália deve combater racismo

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Mutuma Ruteere afirmou que governo, imprensa e sociedade civil devem lutar contra discurso de ódio; mais atingidos são indígenas, refugiados, migrantes e muçulmanos.

Mutuma Ruteere. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O especialista da ONU de Direitos Humanos sobre formas contemporâneas de racismo, Mutuma Ruteere, afirmou esta quarta-feira que a Austrália deve combater o que chamou de "alarmante discurso de ódio e racismo".

Ruteere disse que "a eliminação do racismo, da xenofobia e da discriminação não vai acontecer a menos que a iniciativa seja comandada pela liderança política e conte com o apoio da imprensa".

Indígenas

Ele declarou que governo, mídia e sociedade civil, como um todo, devem se unir para combater o problema, que afeta principalmente os indígenas, os refugiados, os migrantes e os muçulmanos.

Em comunicado divulgado ao fim de sua visita ao país, o especialista independente da ONU fez um apelo às autoridades e ao governo que respeitem e apoiem a diversidade no país.

Segundo Ruteere, "os povos indígenas são um dos maiores alvos do sistema judiciário, que registra altos índices de encarceramento juvenil e discriminação policial".

Ele alega que as políticas atuais para as comunidades indígenas são altamente punitivas e precisam de uma reforma urgente. Para o especialista, as consequências dessas medidas levam a uma piora, ainda maior, desses grupos.

Desemprego

Ruteere explicou que os indígenas têm três vezes mais chances de ficarem desempregados do que o resto da população e continuam à margem do progresso e da prosperidade econômica.

O especialista de direitos humanos disse que "é alarmante ver que o discurso xenófobo, inclusive de políticos eleitos, tem aumentado na Austrália e tem sido saudado por vários setores da imprensa.

Ele afirmou que isso reforça a percepção negativa dos migrantes, especialmente dos muçulmanos e de pessoas de descendência africana.

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Fonte: Rádio ONU

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