17/11/2015
Enviado da ONU condena demolição de casas na Cisjordânia
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Cinco palestinianos morreram em protestos; cinco casas foram destruídas por forças israelitas em cinco dias em Jerusalém, Nablus e Ramallah; coordenador da ONU estima de mais de 20 pessoas tenham ficado sem abrigo devido à ação.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O coordenador humanitário da ONU para os Territórios Palestinianos disse estar desiludido com relatos da demolição de cinco casas de palestinianos, levada a cabo por forças israelitas na Cisjordânia.
Em nota, emitida nesta segunda-feira, Robert Piper destaca ações ocorridas nos últimos cinco dias nas áreas de Jerusalém, Nablus e Ramallah.
Resposta
O representante declarou reconhecer os atuais graves desafios para a segurança de Israel, mas frisou que qualquer resposta de aplicação da lei deve ser consistente com o direito internacional.
Para Piper, as demolições punitivas são injustas e penalizam inocentes pelos atos dos outros. O escritório do coordenador refere que pelo menos nove apartamentos adjacentes foram danificados e não são seguros para viver.
A mais recente operação ocorreu na manhã de segunda-feira no campo de refugiados de Qalandiya. Dois palestinianos foram mortos e nove ficaram feridos em confrontos ocorridos como parte de protestos contra as demolições.
Familiares
Piper considerou o tipo de demolição uma forma de penalidade coletiva não apenas contra os alegados autores mas também contra os seus familiares e vizinhos “por atos que estes não tenham cometido pessoalmente”.
O representante realçou que sanções coletivas são proibidas pelo direito internacional. O escritório destaca que mais de 20 pessoas, incluindo oito crianças, ficaram desabrigadas pela demolição das cinco casas.
A política de destruição foi suspensa pelo governo de Israel em 2005, após uma comissão militar ter considerado que a ação era ineficaz como dissuasor. As ações foram retomadas em meados de 2014.
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