15/12/2015
Economista apela a mais trabalho para combate à pobreza em Moçambique
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Manuel Filipe analisa o Relatório do Desenvolvimento Humano 2015; país teve uma evolução média anual de cerca de 1,66% nos últimos 35 anos; área tecnologia apontada como uma das potenciais para avanço da economia.
Combate à pobreza em Moçambique para garantir subsistência das famílias e capacitar indivíduos. Foto: Rádio ONU/Ouri Pota
Ouri Pota, da Rádio ONUem Maputo.
"Trabalho para o Desenvolvimento Humano" é tema do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2015 apresentando em Maputo. O lançamento global do documento foi feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, esta terça-feira, em Adis Abeba, na Etiópia.
Em conversa com a Rádio ONU, o economista moçambicano, Manuel Filipe citou a importância dos dados contidos no documento.
Crescimento
"Mais importante ainda é o nível de renda que Moçambique pode mostrar que adquiriu ao longo desses anos, isso, é muito importante. Mas do que índice é o crescimento das componentes que fazem o índice, que é a longevidade, acesso de crianças a educação, acesso ao conhecimento para os adultos, padrões de vida que estão melhorados".
O especialista destacou também a importância do uso e adesão das tecnologias no trabalho para o desenvolvimento do país.
Tecnologia
"Hoje qualquer indivíduo tem acesso a tecnologia e faz uso dessa tecnologia para determinar coisas no mercado de trabalho. Hoje um individuo com um celular pode fazer uma empresa sentado em casa, isto mudo, à dinâmica de como o emprego é gerido, como a gestão do negócio, a produção dos bens e serviços acontece. A tecnologia é um elemento que deve-se prestar atenção, não podemos ficar a olhar para ela, porque vamos ficar para trás".
Segundo o relatório, o trabalho contribui para o bem público, para redução de desigualdades, garante subsistência das famílias e capacita indivíduos. Manuel Filipe reforça a recomendação com um apelo ao trabalho.
Desafios
"O relatório impõe bastantes desafios, porque o relatório vem chamar atenção que o mercado do trabalho está a mudar, que as condições criadas para o crescimento do índice ainda não estão suficientes para tirar o país, de um país pobre; porque o país começou muito baixo, tem que trabalhar muito para poder sair desta posição, tem que considerar e apreender de outros países que tem condições similares para ver como se pode ir para frente".
Entre 1980 e 2014, o valor do Índice do Desenvolvimento Humano de Moçambique aumentou de 0,238 para para 0,416. O aumento de 75% corresponde a uma evolução média anual de cerca de 1,66%.
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