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Subsecretário-geral para Operações de Paz, Hervé Ladsous, disse que a situação no país é de incerteza após onda de violência que começou na quinta-feira e já deixou mais de 270 mortos.
Membros do Conselho de Segurança reunidos nesta quarta-feira. Foto: ONU/Manuel Elias
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU estão reunidos em consultas informais após a abertura de um encontro na manha de quarta-feira para debater a situação no Sudão do Sul.
O subsecretário-geral para Operações de Paz, Hervé Ladsous, afirmou que existe um clima de incerteza no país. Na quinta-feira, uma nova onda de violência entre forças leais ao presidente e ao vice-presidente deixaram mais de 270 mortos.
Tiroteios
Ladsous lembrou a última reunião que teve no Conselho em 10 de julho e o cessar-fogo declarado pelo presidente Salva Kiir na noite de 11 de julho, e depois endossado pelo primeiro-vice-presidente, Riek Machar.
Segundo Ladsous, o cessar-fogo está sendo respeitado em Juba, capital sul-sudanesa, com exceção de alguns tiroteios esporádicos em algumas partes da cidade.
As forças do exército, SPLA, parecem ter o controle da capital, mas houve algumas pilhagens na madrugada de 11 para 12 de julho.
As tropas da ONU estão realizando algumas patrulhas limitadas para garantir a segurança. O aeroporto da cidade já foi reaberto e as pistas foram checadas contra a colocação de qualquer explosivo.
Avaliação
Mas segundo o secretário-geral, apesar da cessação de hostilidades, o governo ainda precisa autorizar a passagem de trabalhadores humanitários da Missão da ONU no país, Unmiss, para que os civis afetados pela violência recebam ajuda. Seis dias após o início da crise ainda é impossível fazer uma avaliação exata das necessidades.
Algumas agências que trabalham em parceria com a ONU estimam que pelo menos 42 mil civis foram deslocados até a manhã de quarta-feira pelos combates em Juba.
Dos 272 mortos até o momento, 33 são civis. O representante do Sudão do Sul também discursou na abertura do encontro e lembrou da formação do Governo de Transição de Unidade Nacional, em abril.
O diplomata afirmou que os recentes incidentes de violência são considerados "golpes" e um retrocesso para o plano de paz do país.
O Sudão do Sul é a mais nova nação do mundo. Em meados de junho, o secretário-geral da ONU divulgou um relatório sobre a renovação do mandato da Unmiss.
Fonte: Rádio ONU