Burundi: especialistas da ONU pedem medidas concretas para fim da crise

0
33

Ouvir /

Equipa independente de peritos em direitos humanos concluiu segunda visita ao país africano; especialistas elogiaram algumas melhorias, mas alertaram que a recente "calma são deve ser confundida com estabilidade de longo prazo".

Mais de 250 mil burundeses fugiram para países vizinhos desde abril de 2015, a maioria para Tanzânia. O campo de refugiados de Nduta é localizado no noroeste do país. Foto: Acnur/ Benjamin Loyseau.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Concluindo sua segunda visita ao Burundi, uma equipa independente de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas elogiou algumas melhorias no país.

No entanto, eles alertaram que a recente "calma são deve ser confundida com estabilidade de longo prazo".

Violência

Os especialistas também pediram o fim do uso da violência como uma ferramenta política.

A equipa registou uma queda significativa no número de execuções desde o início do ano como um passo positivo. No entanto, afirmou que o encolhimento do espaço para atores da sociedade civil permanece uma causa de preocupação.

Diálogo

Um dos três especialistas independentes e chefe da Investigação Independente da ONU sobre o Burundi, Christof Heyns, afirmou que para o país se afastar do conflito é necessário um diálogo político inclusivo abordando as causas da crise.

Heyns também pediu o alargamento das recentes conversas em Arusha e Bruxelas para garantir a inclusão de todos os atores da crise.

Prisão em Massa

A equipa expressou preocupação que muitas presos políticos permaneçam na cadeia e que um novo padrão de prisões em massa tenha surgido. Este afeta principalmente pessoas comuns, incluindo crianças.

Os peritos disseram ainda esperar trabalhar ainda mais com as autoridades do Burundi e a sociedade para fortalecer a proteção dos direitos humanos no país.

A crise do Burundi começou em abril do ano passado quando o presidente Pierre Nkurunziza anunciou que iria concorrer para um terceiro mandato. Ele foi declarado o vencedor das eleições realizadas em julho.

Até o momento, foram registadas centenas de mortes, mais de 240 mil pessoas fugiram do país e milhares foram presas e possivelmente sujeitas a violações de direitos humanos.

Leia e Oiça:

Unicef “profundamente preocupado” com crianças no Burundi

Mais de 350 migrantes afogados em acidente da ilha grega de Creta

PMA quer US$ 57 milhões pelos próximos seis meses para o Burundi

Fonte: Rádio ONU

Deixe uma resposta

Por favor digite seu comentário!
Por favor digite seu nome