Ban: “2015 foi um ano de avanços e horror”

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16/12/2015

Ban: "2015 foi um ano de avanços e horror"

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Secretário-geral fez a declaração a jornalistas esta quarta-feira; ele falou ainda sobre a necessidade de financiamento para combater crises humanitárias; para chefe da ONU é crucial conter a ameaça de grupos como o Daesh, Boko Haram e al-Shabab.

Ban Ki-moon na coletiva de imprensa. Foto: ONU/Amanda Voisard

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou esta quarta-feira que o acordo de Paris sobre mudança climática "representa um sinal de esperança em tempos conturbados".

A declaração foi feita a jornalistas durante sua última coletiva de imprensa do ano em Nova York.

Triunfo

Ban afirmou que o acordo foi "um triunfo para o multilateralismo e mostra as Nações Unidas alcançando os resultados que o mundo desesperadamente precisa".

Ele declarou que o documento superou as expectativas e os líderes mundiais reconheceram que "todos podem e devem" fazer mais. Na sua opinião, agora é necessário transformar as promessas em prática.

O secretário-geral afirmou que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável representa o guia com 17 objetivos para erradicar a pobreza e construir sociedades pacíficas.

Ele citou a Agenda de Adis Abeba, adotada em julho, como o mapa para financiar o desenvolvimento. Segundo Ban, "investir em desenvolvimento vai evitar crises futuras".

Pacto Global

O chefe da ONU afirmou que o mundo precisa de um novo pacto global sobre mobilidade humana. Segundo Ban, este ano foi possível ver "enormes fluxos" de refugiados e deslocados internos.

Ele deixou claro que "demonizar e culpar" pessoas baseadas em religião, etnia ou país de origem não podem ter mais lugar no século 21.

Ban disse que a ONU já pediu US$ 20 bilhões, o equivalente a R$ 80 bilhões, para atender a todas as necessidades humanitárias em 2016, cinco vezes mais do que há uma década.

Diplomacia

O secretário-geral falou ainda que os esforços diplomáticos para solucionar conflitos que estão em andamento.

Na Líbia, Ban declarou que as partes envolvidas na crise estão perto de um acordo que poderá ajudar o país a superar o problema que se arrasta há muito tempo.

No caso do Iêmen, o chefe da ONU citou que as conversações de paz começaram nesta terça-feira em direção a um cessar-fogo e o reinício da transição política.

Na Síria, Ban disse que a comunidade internacional voltou a se empenhar em busca de um acordo político. Ele afirmou que o Grupo Internacional de Apoio à Síria vai se reunir em Nova York na sexta-feira depois de uma reunião no Conselho de Segurança.

O secretário-geral explicou que a Síria "é uma ferida aberta no Oriente Médio e em todo o mundo". Ele disse que a comunidade internacional está pressionando por um cessar-fogo nacional e o início de negociações em janeiro sobre a transição política.

Para o chefe da ONU, é crucial conter a ameaça que o Daesh, nomeclatura em árabe para o Isil, o Boko Haram, o al-Shabab e outros grupos terroristas representam.

Plano de Ação

Ban afirmou que vai apresentar aos Estados-membros em janeiro, um plano de ação sobre prevenção ao extremismo violento. Ele declarou que muitos dos conflitos atuais "forneceram a base para a propagação do terrorismo e do extremismo violento.

Ainda na lista de conflitos, Ban citou a situação no Oriente Médio, Burundi, Sudão do Sul e República Centro-Africana.

Ele mencionou avanços no processo de reconciliação e transferência de poder no Sri Lanka, Nigéria, Chipre, Colômbia e na própria República Centro-Africana.

Futuro

O secretário-geral disse que "2015 trouxe avanços e horror". Ele afirmou que a ONU continua se fortalecendo, incluindo várias análises sobre operações de paz e construção da paz, assim como sobre o papel futuro da organização.

Ban declarou que "muita coisa está em jogo, milhões de pessoas dependem da ONU".

Nesse espírito, ele afirmou que a comunidade internacional pode fazer de 2016 um ano de realizações e de "verdadeiramente" construir uma vida digna para todos.

Fonte: Rádio ONU

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