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Iniciativa deve ajudar cerca de 1,5 milhão de civis; coordenadora da ONU no país teme que impacto da campanha militar sobre os civis seja arrasador; para ter efeito, recurso tem que chegar pelo menos 2,5 meses antes do início da operação.
A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande (à dir.), em conversa com refugiados vindos do Iraque. Foto: Ocha
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Organizações de ajuda humanitária no Iraque alertaram para a situação de emergência em Mosul, a cidade do norte do país. São necessários US$ 284 milhões para começar a preparar a operação que pode beneficiar 1,5 milhão de civis.
A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, disse que a campanha militar sobre os civis será arrasadora. A tentativa de fuga das famílias da região coloca os civis em situação de risco extremo o que pode resultar em mortes e ferimentos.
Assistência médica
Para Grande, esta pode ser a pior situação humanitária deste ano caso não cheguem mais verbas a tempo de socorrer os civis em Mosul.
As operações militares do governo do Iraque e de países aliados têm o objetivo de retomar áreas sob poder do grupo terrorista islâmico Isil ou Daesh. Os movimentos nessas zonas já estão forçando centenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas.
Além disso, o número de deslocados internos ultrapassa 3,3 milhões, e espera-se que mais 2,5 milhões de pessoas fiquem sem teto entre os corredores de Anbar e Mosul nos próximos meses.
Todos os acampamentos de deslocados estão lotados. As maiores urgências são serviços de água, comida, abrigo de emergência e assistência médica.
Cenários
As organizações parceiras também estão sob pressão intensa.
No início do ano, houve um apelo de US$ 861 milhões para socorrer 7,3 milhões de iraquianos. Mas deste total, apenas 40% foram entregues pelos doadores. Com isso, 99 projetos vitais de assistência tiveram que ser cancelados por falta de dinheiro.
A coordenadora da ONU avisa que se mais recursos não chegarem a tempo, centenas de programas terão que ser suspensos. Lisa Grande afirma que para a ajuda ter efeito, a verba tem de ser entregue pelo menos 2 meses e meio antes do início das operações militares.
Grande contou que as equipes estão trabalhando com várias possibilidades de consequências após a ação militar.
No pior dos cenários, serão precisos US$ 1,8 bilhão para apoiar as vítimas.
Fonte: Rádio ONU