25/10/2016
2016 já é o ano mais fatal no Mar Mediterrâneo
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Mais de 3,7 mil migrantes e refugiados morreram desde janeiro e Acnur lembra que ainda faltam dois meses para o ano acabar; ao mesmo tempo, número de pessoas que tentam chegar à Europa diminuiu em relação a 2015.
Chegada de migrantes pelo Mediterrâneo. Foto: OIM/Francesco Malavolta (arquivo)
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
Ainda faltam dois meses para o ano acabar, mas um balanço divulgado esta terça-feira pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, mostra que 2016 já pode ser considerado o ano mais fatal no Mar Mediterrâneo.
Foram 3.740 mil refugiados e migrantes que morreram na travessia desde janeiro, um pouco menos do que as 3.771 mortes registradas durante todo o ano de 2015.
Índices
O Acnur explica que o grande número de mortes ocorreu apesar da queda no total de pessoas cruzando o mar a caminho da Europa. No ano passado, mais de 1 milhão de pessoas fizeram a travessia, contra quase 328 mil este ano.
A diferença é que em 2015, uma pessoa morria para cada 269 migrantes que conseguiam chegar até a Europa e neste ano, o índice foi de uma morte para cada 88 chegadas.
Opções
A rota mais perigosa é a do Mediterrâneo Central, entre Líbia e Itália. Os contrabandistas usam embarcações de baixa qualidade, incluindo botes infláveis que não aguentam a jornada. O mau tempo também é responsável por vários incidentes.
O Acnur lembra que já existem medidas para salvar vidas e pede aos países que façam mais neste sentido. A agência da ONU defende também a ampliação das opções para os refugiados, como reassentamento, admissões humanitárias, reunificação familiar e vistos de estudante e de trabalho para os refugiados.
Ao mesmo tempo, o Acnur agradece a governos e entidades privadas que têm cooperado diariamente com as operações de resgate no Mar Mediterrâneo.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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Fonte: Rádio ONU