Em 1993 o Primal Scream ainda vivia o happy monday de Screamadelica, que dois anos antes havia dado uma sacudida na carreira da banda e na música como um todo.

Nessa enorme ressaca de MDMA decidiram sair do universo das raves e de todo aquele rolê ensolarado e deliciosamente frito para mergulhar – sabe-se lá porque – no rock blueseiro do sul dos Estados Unidos. O resultado dessa viagem empoeirada é Give out but don’t give up, um álbum que tem seus momentos, mas que a começar pela capa é um erro, ou no mínimo uma tentativa mal sucedida de soar como os Stones.

Para tal empreitada os Screams foram até Memphis, terra do ‘rei do rock’, e entraram no Ardent Studios para trabalhar ao lado do produtor Tom Dowd e gravar as canções para o novo disco. E gravaram, mas não lançaram. Insatisfeitos com o resultado, chamaram George Drakoulias para refazer o produto, e essa versão sim veria a luz do dia no ano seguinte, 1994.

O negócio (literalmente) é que em 2018, duas décadas e meia depois, o guitarrista Andrew Innes encontrou em seu porão as fitas originais de 93, aquelas que eles mesmos dispensaram. E aí resolveram embalar tudo e colocar no mercado a ‘raridade’, com nove faixas prontas e diversas sobras de estúdio e afins.

The original Memphis recordings saiu em 12 de outubro do ano passado como CD duplo, custa por volta de 12 euros mas só vale como ítem de colecionador. Não muda em praticamente nada o que é Give out, e caso queriam conferir abaixo vai uma playlist completa com todas suas 24 músicas. Caso contrário podem pular direto para 1997 e o retorno do Primal Scream ao que fez deles revolucionários.