Bob Mould – Workbook (1989)

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Bob Mould – Workbook (1989)

 

Hoje estava fuçando em fotos antigas na rede social azul e me deparei com uma muito especial, tirada na noite de 05 de outubro de 2013. Nela, estamos eu e um jovem senhor de 53 anos de idade que havia acabado de por a choperia do SESC Pompeia abaixo com sua banda.

É doido pensar que aquele mesmo Bob Mould que vi sobre o palco – e que foi extremamente simpático comigo e todo o público – fazia parte da minha vida há mais de duas décadas e que isso no final das contas era pouco tempo, afinal lá em 1981 o cara já estava à frente do Hüsker Dü debutando pela SST.

Enfim, enquanto olhava a foto e pensava no show, no tempo, no rock e em tudo mais, me lembrei que o Sr. Mould acabou de tirar do forno um disco novo, o ótimo Sunshine rock. Ia pegar o gancho de como, mesmo com tantos anos de estrada, Bob ainda consegue compor um trabalho desses, e assim começaria a escrever sobre o biscoito. Mas imbuído de um espírito nostálgico, decidi por pra girar aqui não esse álbum, e sim o primeiro dele longe de Grant Hart e Greg Norton, lançado no longínquo 1989.

Workbook pode ser comparado a qualquer coisa, menos ao que Bob Mould fez ao lado dos comparsas no Hüsker Dü. É uma ruptura, um disco leve e estruturalmente pop, cheio de canções que poderiam até hoje tocar no rádio, daquelas que você pode por no churrasco da família sem ninguém perguntar ‘que porra de barulho é esse’?

Tem guitarras? Sim, claro, mas os arranjos limpos jogam as melodias pra frente, junto à voz de Mould, e em nenhum momento a agressividade dos Düs volta à tona. É como se o hoje senhor grisalho, à época beirando os 30 anos, quisesse se mostrar ao mundo de forma transparente. E em cada uma das canções de Workbook é assim que ele aparece, transpirando emoções a cada acorde, a cada frase.

‘I wish that I could tell my story
To all the people that listened to my story long ago
I knew that this would happen sooner or later
That I’d get disillusioned with it all
Just throw my hands up to the sky and say
Oh Lord, what happened, what happened
To make things run this way’

Ouça alto e relembre. Ou descubra.

Essencial!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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