União Europeia faz 60 anos em período de instabilidade

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União Europeia faz 60 anos em período de instabilidade

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RFI

Publicado a 25-03-2017

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Os chefes de Estado dos 27 países membros da União Europeia, reuniram-se hoje para celebrar os 60 anos do tratado de Roma.
REUTERS/Tony Gentile

Os chefes de Estado dos 27 países membros da União Europeia (o Reino Unido, que vai iniciar o processo de saída da UE a 29 de Março, não marcou presença), reuniram-se hoje para celebrar os 60 anos do tratado de Roma. Nas ruas, houve manifestações a favor, mas também contra, o projecto europeu.

A 25 de Março de 1957, os chefes de Estado da França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Bélgica e Itália reuniram-se para criar, na altura, a Comunidade Económica Europeia (CEE), no que ficou conhecido como o tratado de Roma.

Agora, 50 anos depois, já não são seis países a sentarem-se à mesa mas sim 27, numa altura que a União Europeia (que substituiu a CEE em 1993, no tratado de Maastricht) atravessa tempos muito conturbados. Depois do Reino Unido ter decidido sair do grupo dos 28 no ano passado, são hoje vários os partidos que estão a ganhar força em vários países europeus com um discurso que defende a saída da União Europeia.

Foi nomeadamente por isso que Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, afirmou, perante os 27 chefes de Estado, que "têm que provar que são os dirigentes da Europa". Já Jean-Claude Juncker, afirmou que haverá "uma celebração dos 100 anos da União Europeia".

No entanto, nos últimos dias, as tensões tinham-se tornado visíveis, com países como a Polónia ou a Grécia a ameaçarem não assinar a declaração do comício de hoje. Ainda assim, os 27 deixaram hoje as divergências de lado e, na declaração, afirmaram nomeadamente que "a União Europeia não está desunida e é indivisível". O último parágrafo reitera que "a União Europeia é o nosso futuro comum".

Em declarações à agência Lusa, o primeiro-ministro português, António Costa, considera que a cerimónia correu bem mas que é importante não esquecer que o projecto europeu tem que responder positivamente às ameaças que pairam sobre a Europa.

António Costa, primeiro-ministro português

25/03/2017


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Manifestações

Enquanto os 27 chefes de Estado se reuniam, nas ruas da capital italia também se organizaram vários manifestações. Algumas pediam mais Europas, outras uma Europa diferente e, outras ainda, eram contra a Europa.

Um dos protestos, que decorreu em Roma, contou com o apoio do ex-ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis e com o realizador britânico Ken Loach. Com cerca de 10.000 pessoas, os participantes reiteraram que querem uma União Europeia sem fronteiras e livre da austeridade.

Também em Roma, no Coliseu, cerca de 5.000 pessoas reuniram-se também para pedir uma União federal, num cortejo onde também constavam britânicos que arboravam cartazes onde diziam que "serão sempre europeus".

Já na Bocca della Verità, um lugar icónico de Roma, organizou-se a manifestação "Euro-Stop" onde os participantes disseram querer sair da União Europa porque esta última está contaminada pelo dinheiro.

Fonte: Rádio França Internacional

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