Renúncia de Cunha abre disputa à presidência da Câmara

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Eduardo Cunha

Brasil

Renúncia de Cunha abre disputa à presidência da Câmara

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Luciana Marques

mediaEduardo Cunha renunciou em pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira.
REUTERS/Ueslei Marcelino

Réu no Supremo Tribunal Federal no processo da Lava Jato, o deputado Eduardo Cunha deixou a presidência da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (7). Candidatos à vaga já estão em busca de apoio. Três deputados ouvidos pela RFI Brasil não descartam concorrer.

Luciana Marques, correspondente da RFI Brasil em Brasília

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mal renunciou à vaga de presidente da Câmara dos Deputados e as negociações dos candidatos ao posto estão a todo vapor. A eleição para escolha do novo presidente da Casa deve ser realizada no prazo de cinco sessões do plenário, o que pode ocorrer já na semana que vem. Até lá o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) vai continuar comandando a Câmara interinamente.

Cunha, que estava afastado do cargo há dois meses, leu sua carta de renúncia à imprensa no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. Ele disse que a decisão é “irrevogável” e “irretratável”. “Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores”, afirmou. Cunha declarou ainda que está “pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment”. O deputado ouviu gritos de “Fora Cunha” ao chegar à Câmara.

Afastado, ele responde a processo de cassação na Casa. Na próxima segunda-feira, a Comissão de Constituição e Justiça vai votar o relatório do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), que recomendou a anulação da votação do Conselho de Ética a favor da cassação de Cunha. Se o relatório for rejeitado, a votação segue para o Plenário da Câmara. Se for aprovado, o Conselho de Ética deverá realizar uma nova votação.

Negociações de candidatos já começaram

O assunto que circula nesta quinta-feira no cafezinho da Câmara dos Deputados é quem vai comandar a Casa. O dia foi de conversas e negociações. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que se destacou como presidente da Comissão do Impeachment, é um dos cotados. Ele nega oficialmente que irá disputar a vaga, mas disse à RFI que pode se candidatar se houver “consenso da maioria dos partidos da base”.

Os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG) também disseram à rádio que estão decidindo sobre a possibilidade de se candidatarem. Já o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) afirmou que sua candidatura é um “boato simpático”. Outro nome em jogo é o de Fernando Giacobo (PR-PR). O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que era um dos cotados, disse que não pretende disputar um "mandato tampão".

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que o partido vai apoiar "aquele que assumir uma gestão de transparência, austeridade, independência e que traga pauta de interesse popular para a Câmara dos Deputados". Segundo ele, o Psol pode indicar um nome.

O presidente interino Michel Temer, que comandou a Câmara dos Deputados entre 2009 e 2010, informou por meio de sua assessoria que não vai intervir em assuntos da Câmara, ou seja, não vai apoiar nenhum candidato.

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Fonte: Rádio França Internacional

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