Muçulmanos celebram fim de Ramadã marcado por atentados

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Muçulmanos celebram fim de Ramadã marcado por atentados

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RFI

mediaMaré humana formada por muçulmanos que rezam para marcar o fim do Ramadã no Marrocos.
REUTERS/Stringer

Centenas de milhões de muçulmanos celebram nesta quarta-feira (6) a festa do Aid al-Fitr, que marca o fim do mês de jejum sagrado. A data também foi pontuada por apelos à paz após um período de Ramadã sangrento, marcado por uma série de atentados.

Depois do mês do jejum sagrado acontece a festa de Al-Fitr, celebrada de Jacarta a Jerusalém, passando por Argel e Meca. Durante o evento, que dura de um a quatro dias, de acordo com o país, os fiéis visitam os parentes e trocam bolos e presentes.

Ainda durante a madrugada aconteceu a primeira oração do dia, com destaque especial para a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, onde se reuniram 150 mil fiéis, de acordo com o Waqf, o organismo que administra o local sagrado. Mas a celebração festiva durou pouco, pois na Arábia Saudita, onde ficam os dois principais locais sagrados do islã, os preparativos do Aid foram abalados por um atentado suicida sem precedentes, executado na segunda-feira diante da Mesquita do Profeta em Medina. O ataque matou quatro guardas.

Diante de dezenas de milhares de fiéis, o imã da mesquita, o xeque Abdelbari al-Thabiti, denunciou o "crime odioso" cometido por "um grupo que não respeita mais os rituais divinos, nem a santidade da Mesquita do Profeta". O atentado, que não foi reivindicado, provocou uma grande indignação no mundo muçulmano.

Bagdá foi palco do maior atentado de sua história

A comoção foi ainda maior porque o ataque aconteceu depois de uma série de atentados violentos nos últimos dias do Ramadã. Em Bagdá, um ataque suicida, o mais violento com carro-bomba da história do país, deixou quase 250 mortos no domingo.

Na sexta-feira passada, um ataque terminou com 20 mortos em um café-restaurante frequentado por estrangeiros em Dacca, a capital de Bangladesh. Os dois atentados foram reivindicados pelo grupo extremista sunita Estado Islâmico (EI), que havia anunciado uma convocação para multiplicar os ataques durante o Ramadã. O EI também reivindicou o massacre em uma boate gay de Orlando, Estados Unidos, onde morreram 49 pessoas em 12 de junho.

Para o presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, "o fato de que estes crimes odiosos tenham sido cometidos durante o mês sagrado e na véspera do Aid al-Fitr mostra claramente que estes atos terroristas bárbaros (…) são externos ao islã, uma religião que sublima a vida humana, a paz e a coexistência pacífica".

Trégua na Síria

O Aid pode proporcionar um momento de alívio aos sírios, depois que o exército decretou um cessar-fogo de 72 horas em todo o território até a meia-noite de 8 de julho. Em um deslocamento inédito, o presidente sírio Bashar al-Assad viajou nesta quarta-feira a Homs, centro do país, uma cidade controlada pelo regime, para acompanhar a oração de Aid.

Em outro país afetado pela guerra, o Iêmen, a festa é celebrada dentro das possibilidades, especialmente na cidade de Taez, sitiada e sob constantes bombardeios. Já no Afeganistão, onde o Aid é celebrado com pistaches, passas e "simian", macarrão com açafrão, o presidente Ashraf Ghani pediu aos talibãs que retomem as negociações de paz.

(Com informações da AFP)

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Fonte: Rádio França Internacional

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