Batalha pelo controle de Aleppo já matou mais de 500 combatentes sírios

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Batalha pelo controle de Aleppo já matou mais de 500 combatentes sírios

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RFI

mediaUm dos prédios da Academia militar de Aleppo, tomada neste sábado 6 de agosto de 2016, pelos rebeldes.
Omar haj kadour / AFP

Mais de 500 combatentes sírios já morreram na violenta batalha pelo controle da cidade de Aleppo, segunda maior cidade do país. O balanço foi divulgado neste sábado (6) pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), e inclui soldados do regime e os adversários do presidente Bashar al-Assad. Em Aleppo rebeldes e jihadistas conseguiram conquistar posições estratégicas do exército sírio e romperam o cerco que sofriam na cidade. Por outro lado, o grupo Estado Islâmico (EI) perdeu o controle da cidade Minbej.

A aliança dos extremistas islâmicos do grupo EI com os insurgentes sírios parece ter dado resultado em Aleppo neste sábado. Eles conseguiram tomar posições estratégicas ao sul da Aleppo em bairros governamentais da cidade e romperam o cerco que sofriam na cidade. Essa reviravolta acontece três semanas após as forças do regime, apoiadas pelo exército russo, ter cercado regiões rebeldes no leste de Aleppo.

Segundo o OSDH, o "Exército da Conquista" assumiu neste sábado o controle da Academia de armas, onde há muita munição, e da maior parte da Academia de artilharia. O diretor da ONG, Rami Abdel Rahman, informou que os insurgentes "estão prestes a cortar a rota de abastecimento que leva aos bairros do governo" na cidade do norte da Síria.

Aleppo está dividida desde 2012 em duas partes: uma sob o controle dos rebeldes, a leste, e outra em mãos do regime, a oeste. Apesar do apoio aéreo da Rússia, a OSDH avalia que "as forças do regime estão em uma posição muito difícil." O controle dessa cidade do norte da Síria é um dos pontos nevrálgicos do conflito.

Novo capítulo na batalha de Aleppo

Para garantir o sucesso da ofensiva, os extremistas explodiram vários carros-bomba e realizaram ataques suicidas contra o muro ao redor do complexo de escolas militares do governo. As explosões abriram brechas que permitiram a entrada dos rebeldes na área, informou o jornal pró-regime Almasdarnews.

A Frente Fateh al-Sham (ex-Frente al-Nosra, que se desligou da rede Al-Qaeda) faz parte do Exército da Conquista. Neste sábado, o grupo anunciou que tinha tomado o controle de duas academias militares e de uma terceira posição militar no mesmo setor. "O resultado da batalha será muito maior do que o fim do cerco" aos bairros rebeldes, afirmou em uma mensagem de áudio divulgada em sites extremistas, Abu Mohammad al-Jolani, o líder da Frente Fateh al-Sham. "Ela vai mudar o equilíbrio de forças e preparar um novo capítulo na guerra", ressaltou.

Desde 31 de julho, pelo menos 112 civis, entre eles 33 crianças, morreram nos bombardeios em Aleppo, segundo o OSDH.

Grupo Estado Islâmico perde Minbej

Já ao nordeste de Aleppo, a coalizão de forças árabes-curdas apoiada por países ocidentais protagonizou uma grande vitória contra os extremistas do Estado Islâmico (EI), ao conquistar seu reduto de Minbej. A aliança Forças Democraticas da Síria (FDS), que passa a controlar a cidade, é formada pela milícia curda Unidades de Proteção Popular e por combatentes árabes.

Minbej, que fica cerca de 60 km de Aleppo, era a principal rota de abastecimento do grupo EI, entre a fronteira turca e Raqqa, a capital do movimento extremista na Síria, situada mais ao leste. As FDS "controlam Minbej e patrulham o centro da cidade em busca dos últimos extremistas que possam estar escondidos", disse OSDH.

O porta-voz do Conselho Militar de Minbej e membro das FDS, Sherfan Darwish, disse à AFP que suas forças controlavam 90% da cidade, mas que os combates prosseguem no centro.

O conflito sírio, iniciado em 2011 após a sangrenta repressão a manifestações pacíficas pró-reformas, já deixou mais de 280.000 mortos e milhões de refugiados.

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Fonte: Rádio França Internacional

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