Acordo de Paris sobre o clima cada vez mais próximo de ser ratificado

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Acordo climático

COP 21

Acordo de Paris sobre o clima cada vez mais próximo de ser ratificado

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RFI

mediaFloresta tropical da Costa do Marfim.
© UICN/Nicolas Salaün

O histórico Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas está mais perto de se tornar realidade depois que outros 31 países – entre eles, o Brasil – ratificaram o documento nesta quarta-feira (21) na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, se mostrou otimista de que o Acordo, no qual os países se comprometem a tomar medidas para limitar o aumento das temperaturas, entrará em vigor antes do fim do ano. "O momento é extraordinário", disse Ban, que convocou uma reunião sobre o Acordo de Paris durante a assembleia anual de líderes na ONU.

"Quando o Acordo de Paris entrar em vigor neste ano, será um grande passo adiante no nosso caminho em direção a um futuro mais seguro, mais equitativo e mais próspero", acrescentou.

O Acordo de Paris, selado no ano passado na capital francesa, obriga os países a tomarem medidas para manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais.

Meta estabelecida ainda apresenta riscos

Os cientistas afirmam que essa meta ainda representa um risco, mas que pode poupar o planeta dos piores efeitos das mudanças climáticas, como inundações catastróficas, tempestades e secas, extinção de espécies e migração de populações humanas.

O ministro de Meio Ambiente e Energia da Costa Rica, Edgar Gutiérrez, disse que o Acordo não era ambicioso o suficiente ante as evidências científicas disponíveis, e pediu que o aumento das temperaturas não ultrapassasse 1,5°C em relação à era pré-industrial.

"As mudanças climáticas já são perigosas, já ultrapassaram a capacidade de muitos países de se adaptarem a elas, já perdemos vidas, estamos perdendo espécies e perdemos terras e edificações", disse Gutiérrez, que falou também em nome da Etiópia e das Filipinas.

Mattlan Zackhras, delegado das Ilhas Marshall, advertiu que, apesar das promessas incluídas no Acordo de Paris, o planeta caminha para um aumento de 3°C. “Isso apagará meu país e muitos Estados insulares do Pacífico", disse a repórteres.

60 países já aderiram ao Acordo

Para que o Acordo entre em vigor, deve ser ratificado por 55 países responsáveis por pelo menos 55% das emissões globais de gases do efeito estufa. Com as ratificações desta quarta-feira, um total de 60 países já aderiram ao Acordo de Paris. No entanto, estes são responsáveis por apenas cerca de 48% das emissões totais, segundo dados da ONU.

O gabinete de Ban disse que outros 14 países, responsáveis por 12,5% das emissões globais, têm previsto assinar o acordo neste ano, o que pressupõe que o pacto entrará em vigor, a menos que aconteça alguma mudança imprevista.

Entre os países que se somaram ao Acordo nesta quarta-feira, estão grandes países latino-americanos, como Argentina, Brasil e México, assim como grandes produtores de petróleo, como Brunei e Emirados Árabes Unidos.

Trump prometeu rasgar documento, caso ganhe eleições

O acordo recebeu um grande impulso no início deste mês, quando a China e os Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases do efeito estufa, o ratificaram durante uma reunião entre os presidentes Barack Obama e Xi Jinping.

A ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal, disse à AFP na segunda-feira que estava otimista sobre a entrada em vigor do acordo antes da próxima conferência do clima promovida pelas Nações Unidas, em 7 de novembro em Marrakesh, Marrocos.

A conferência começará um dia antes da eleição nos Estados Unidos, na qual o candidato presidencial republicano Donald Trump, que rejeita a teoria científica sobre as mudanças climáticas, prometeu rasgar o acordo de Paris.

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Fonte: Rádio França Internacional

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