Recomeça o repatriamento de marfinenses refugiados na Libéria

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21/12/2015

Recomeça o repatriamento de marfinenses refugiados na Libéria

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Processo foi interrompido por mais de um ano porque fronteiras estavam fechadas devido ao surto de ébola; 11 mil refugiados da Côte d'Ivoire confirmaram ao Acnur o desejo de retornar ao seu país de oirgem; primeiro comboio já saiu.

Refugiados poderão finalmente reencontrar suas famílias na Côte d’Ivoire. Foto: Acnur/D. Diaz

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, voltou a organizar o repatriamento voluntário de milhares de civis da Côte d'Ivoire que estão a viver na Libéria. O processo teve de ser interrompido por mais de um ano porque as fronteiras estavam fechadas, uma medida para prevenir que o surto de ébola se espalhasse.

São 38 mil pessoas do país conhecido como Costa do Marfim a viver em acampamentos na Libéria. Cerca de 11 mil confirmaram às equipas do Acnur o desejo de retornar de imediato ao seu país de origem.

Reconstrução

Na sexta-feira, um comboio com 244 pessoas saiu da cidade costeira de Harper, leste da Libéria, em direção à Costa do Marfim. Outro comboio com 401 pessoas também deixou a Libéria.

Para a representante do Acnur na Liberia, é muito importante saber que esses refugiados poderão finalmente reencontrar suas famílias, ajudar a reconstruir seu país e seguir com suas vidas.

Ndeye Ndour agradeceu aos governos dos dois países por autorizarem a retomada do repatriamento. Até o fim do mês estão previstos mais dois comboios, num objetivo de levar 1 mil marfinenses de volta para casa.

Campanha

Segundo o Acnur, as fronteiras continuam fechadas, mas os comboios passam por corredores humanitários especiais. Para janeiro estão planeadas obras para reparar as rodovias, o que deve facilitar ainda mais o trajeto.

Ao chegar à Costa do Marfim, os repatriados passam um dia nos centros de acolhimento a receber refeições quentes e triagem médica, incluindo o teste para o ébola. Está a ser conduzida uma campanha contra a discriminação e o estigma em relação ao vírus.

Antes de retornarem a suas cidades ou vilarejos de origem, os marfinenses irão receber utensílios de cozinha, colchões, redes mosquiteiras e outros itens básicos, além de porções de comida suficientes para três meses.

Histórico

O Acnur vai ajudá-los na reintegração, com programas de geração de renda, e o governo da Costa do Marfim já iniciou projetos para que os civis ganhem acesso à terra para o cultivo e para que as crianças frequentem a escola.

Após as eleições presidenciais de 2010, uma onda de violência assolou o país e 300 mil pessoas decidiram abandonar suas casas. Desses, 200 mil buscaram abrigo na Libéria. A situação acalmou em 2011, após a confirmação de Alassane Ouattara como presidente.

O repatriamento voluntário dos refugiados marfinenses havia começado no final de 2012. Mas com o surto de ébola na Libéria no ano passado, as fronteiras foram fechadas e o programa foi suspenso pelo Acnur em julho de 2014.

A agência da ONU informa que nenhum refugiado da Libéria contraiu ébola e medidas fortes de prevenção foram implementadas nos acampamentos desde o início do surto.

Fonte: Rádio ONU

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