Mais de 65 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas, segundo Acnur

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ONU marca o Dia Mundial do Refugiado nesta segunda-feira; para secretário-geral, data é momento para pensar no "impacto devastador" que guerra e perseguição têm nas vidas das pessoas forçadas a fugir" e "honrar a sua coragem e resilência".

Criança síria brinca em campo de refugiados na Jordânia. Foto: Acnur/Christopher Herwig

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O deslocamento forçado atingiu níveis sem precedentes, com mais de 65 milhões de pessoas desalojadas de suas casas em todo o mundo, alertou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Em mensagem sobre o Dia Mundial do Refugiado, nesta segunda-feira, Ban afirmou que no fim de 2015 havia 21,3 milhões de refugiados, 3,2 milhões em processo de solicitação de asilo e 40,8 milhões de deslocados dentro de seus próprios países.

Conflitos e Coragem

Conflitos novos e recorrentes e formas "cada vez mais perturbadoras de violência e perseguição" estão levando pessoas a fugirem em busca de segurança dentro de seus países ou a atravessarem fronteiras como solicitantes de asilo ou refugiados. Outros estão vivendo há longo prazo no exílio.

Para o chefe da ONU, a data é um momento para "fazer um balanço do impacto devastador que a guerra e a perseguição têm nas vidas das pessoas forçadas a fugir" e "honrar a sua coragem e resilência".

Este também é um momento, segundo Ban, de "prestar homenagem" às comunidades e Estados que os recebem e abrigam, muitas vezes em áreas remotas de fronteiras afetadas por "pobreza, instabilidade e subdesenvolvimento e além do olhar da comunidade internacional".

Ele destacou que nove em cada 10 refugiados estão atualmente vivendo em países de rendas baixa e média, próximos a situações de conflito.

Mar Mediterrâneo

O secretário-geral lembrou que mais de 1 milhão de refugiados e migrantes chegaram à Europa através do Mediterrâneo no ano passado, em botes e barcos frágeis, incapazes de navegar.

Milhares não conseguiram chegar. Para Ban, isto é um "testemunho trágico" da "falha coletiva" em abordar sua difícil situação.

Compaixão

Ele alertou para o aumento da xenofobia e uma retórica contra refugiados, mas, ao mesmo tempo, citou casos de compaixão e solidariedade.

Ban ressaltou que a resposta à questão dos refugiados deve ser baseada nos valores comuns de partilha de responsabilidades, não discriminação e direitos humanos e lei internacional.

Oportunidade Histórica

Para o secretário-geral, o encontro de alto nível da ONU sobre grandes movimentos de refugiados e migrantes, em 19 de setembro, oferecerá uma "oportunidade histórica" de um pacto global, com compromissos para ação coletiva e responsabilidade compartilhada.

Ban concluiu sua mensagem afirmando ser preciso "estar junto com os milhões de homens, mulheres e crianças que fogem de suas casas todos os anos, para garantir que seus direitos e dignidades sejam protegidos não importa onde estejam e que a solidariedade e a compaixão estejam no coração da resposta coletiva".

Divisor de Águas

O alto comissário e chefe da agência da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que o Acnur vê 2016 como um "divisor de águas para a causa dos refugiados".

Para Grandi, este deve ser um ano para responsabilidade e ação coletiva para acabar com conflitos que forçam as pessoas a fugir e ajudar as milhões que tiveram suas vidas destruídas pela violência.

Segundo o alto comissário, "líderes mundiais não podem mais assistir passivamente enquanto tantas vidas são perdidas sem necessidade". Ele defendeu ser preciso encontrar encontrar soluções para ajudar os refugiados.

Grandi destacou ainda que o Acnur está #ComOsRefugiados no Dia Mundial e em todos os dias, e que em 19 de setembro quer que o mundo junte-se à agência.

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Fonte: Rádio ONU

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