Ban pede “passos corajosos” para solução de dois Estados no Oriente Médio

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Secretário-geral da ONU fez declaração durante visita a Israel e a Gaza esta terça-feira; ele disse que "nenhuma solução para o conflito será possível sem o reconhecimento de que israelenses e palestinos têm inegável conexão histórica e religiosa com essa região".

Ban Ki-moon em discurso ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a líderes israelenses e palestinos que adotem as "medidas corajosas" necessárias para uma solução negociada de dois Estados, um israelense e outro palestino, vivendo pacificamente lado a lado.

Segundo Ban, o objetivo é levar uma paz duradoura, segurança e dignidade para os dois povos.

Paz Justa e Duradoura

Ban foi recebido pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém. Em Ramala, capital da Cisjordânia, Ban visitou uma escola apoiada pela Agência da ONU de Assistência a Refugiados, Unrwa. Logo depois, ele se reuniu com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Ainda em Ramala, o chefe da ONU foi condecorado com a Ordem Grand Cordon-Star do Estado da Palestina. Na cerimônia, ele disse que "está ciente do questionamento de muitos palestinos sobre a viabilidade de se alcançar uma paz justa e duradoura com Israel".

Ban declarou que os palestinos "ouvem conversações de paz mas veem violência". O secretário-geral afirmou que "eles ainda vivem uma vida de postos de segurança, permissões, bloqueios, demolições e uma profunda dificuldade econômica".

Jovens

Ban explicou que "muitos estão perdendo de vista a perspectiva da criação de um Estado independente da Palestina depois de quase

Ban Ki-moon em encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Foto: ONU/Eskinder Debebe

50 anos de ocupação, principalmente os mais jovens".

O secretário-geral disse também que "a violência contínua, o terrorismo e o incitamento são incompatíveis com o avanço das negociações para a solução de dois Estados".

Ele declarou que o presidente palestino Mahmoud Abbas continua comprometido com a "não violência" e encorajou a liderança palestina a agir de forma efetiva contra o incitamento para ajudar reconstruir a confiança.

Reconhecimento

Mais cedo, em Jerusalém, durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o chefe da ONU afirmou que "nenhuma solução para o conflito será possível sem o reconhecimento de que israelenses e palestinos têm uma inegável conexão histórica e religiosa com essa região".

O secretário-geral disse que "nenhuma solução pode ser alcançada através da violência". Para ele, "ela deve ter como base o respeito mútuo e o reconhecimento das aspirações legítimas de ambos os lados".

Além disso, Ban declarou que nenhuma solução pode ser imposta de fora, ela deve ser baseada em negociações diretas".

O secretário-geral disse que a frequência dos atentados terroristas diminuiu, mas alertou "que não se pode confundir um curto prazo de calma por uma solução de longo prazo".

Desculpas

Segundo ele, os envolvidos na crise não podem permitir que as dificuldades se transformem em desculpas para a falta de ação.

Logo depois, Ban se reuniu com alunos de uma escola dirigida pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.

O chefe da ONU lembrou da responsabilidade da comunidade internacional de agir de forma decisiva para a paz e pediu aos líderes palestinos que assumam a responsabilidade para a reconciliação.

Ban declarou que a "Palestina é uma só e até que Gaza e a Cisjordânia se unam sob um governo palestino único, democrático e legítimo, baseado no Estado de direito e nos princípios da Organização para a Libertação da Palestina, OLP, as perspectivas de uma plena recuperação da Faixa de Gaza serão limitadas".

Fonte: Rádio ONU

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